A avaliação do governo Jair Bolsonaro (PSL) após os primeiros três meses de sua administração foi a pior entre os presidentes em primeiro mandato desde a derrota da ditadura e a redemocratização de 1985.
Segundo o instituto, 30% dos brasileiros consideram o governo de Bolsonaro ruim ou péssimo.
No mesmo período, seus antecessores tiveram melhor desempenho. Fernando Collor (então no PRN) era reprovado por 19% em 1990, enquanto Fernando Henrique Cardoso (PSDB) marcava 16% de índices ruim ou péssimo em 1995. Lula e Dilma eram reprovados por 10% e 7% da população respectivamente ao fim dos primeiros três meses de governo.
Os que consideram o governo ótimo ou bom são 32% dos entrevistados. E 33% acham o governo regular. Não souberam opinar 4% dos entrevistados.
Antes da posse, 65% esperavam que Bolsonaro fizesse um governo ótimo ou bom, 17%, regular, e 12%, ruim ou péssimo. Os índices já eram os piores entre os presidentes eleitos para primeiro mandato desde a redemocratização. Agora, a expectativa positiva caiu para 59%, avaliação neutra ficou em 16% e a negativa subiu para 23%.
Para 61% dos entrevistados, Bolsonaro fez menos do que se esperava para o período avaliado. Apenas 13% consideram que ele fez mais, enquanto 22% avaliam que ele fez o que era esperado. Entre os que não estão contentes com o desempenho de Bolsonaro, predominam pessoas mais pobres e menos escolarizadas.
A aprovação de Bolsonaro é de apenas 38% entre os homens e 28% entre as mulheres. Os que ganham mais de 10 salários mínimos e os que têm curso superior registram também a maior rejeição ao governo até aqui: 37% e 35%, respectivamente, avaliam a gestão como ruim ou péssima.
Os mais pobres (até 2 salários mínimos) são os menos contentes, com 26% de ótimo e bom. Já entre o eleitorado evangélico 42% acham o governo até aqui ótimo ou bom. Entre os católicos o índice cai para 27%. Brancos são os que mais aprovam Bolsonaro (39%). Entre pretos e pardos, 58% reprovam o governo.
No Sul, 39% aprovam o governo e no Centro-Oeste 38% enquanto 22% reprovam. O Nordeste é a região que mais rejeita o governo, com 39% de ruim/péssimo e 24% de ótimo/bom. Também lá existe a menor expectativa positiva: 50%.
Para 57% dos entrevistados, o dia 31 de março de 1964, data do golpe que levou o país a uma ditadura, deve ser desprezado. Entre os mais jovens, o desprezo é maior: 64%. A parcela dos que acham o contrário, que a data merece comemorações, é de apenas 36% dos brasileiros. Outros 7% não souberam responder ou não quiseram opinar sobre o tema.
Apenas 27% consideraram correta a divulgação por Bolsonaro de um vídeo pornográfico para criticar o que seriam abusos nas ruas durante o Carnaval. Somente 27% acham que ele se posiciona adequadamente. 43% acham que ele na maioria das vezes, ou nunca, se comporta da forma como o cargo exige.
O instituto informa que ouviu 2.086 pessoas com mais de 16 anos em 130 municípios nos dias 2 e 3 de abril. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.