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O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Paulo Maiurino, decidiu trocar o chefe da superintendência no Distrito Federal, que coordenava o núcleo que apura investigações que atingem Bolsonaro e sua família, como inquéritos de fake news, de organização criminosa relacionadas aos atos antidemocráticos e sobres ataques às urnas eletrônicas feitas por Jair Bolsonaro – todas de relatoria de Alexandre de Moraes do STF.
Também há investigação que mira negócios ilícitos (tráfico de influência e lavagem de dinheiro) por parte de Jair Renan, filho de Bolsonaro.
A PF quer saber mais sobre a empresa do filho 04 de Bolsonaro e sua atuação junto ao governo federal. Recentemente, saiu da superintendência do DF uma operação contra desvios de recursos no Ministério da Saúde.
Hugo de Barros Correia chefiava a superintendência no Distrito Federal desde de maio, isto é, há menos de cinco meses. Apesar de ter sido nomeado pela atual direção, o policial foi uma indicação de outros delegados, acolhida por Maiurino, no qual Correia nunca teve proximidade.
A cúpula do governo mostra irritação com a superintendência no DF, que teria começado em maio, quando o então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, foi alvo de uma operação por participação em um esquema criminoso de exportação de madeira.
Segundo fontes, Maiurino teria cortado o diálogo com Correia depois desta operação. Interlocutores relataram ainda que Maiurino deixou de passar informações de forma antecipada das operações. As explicações eram dadas apenas no ‘momento certo’, divulgou o Estadão.
A dispensa de Correia do cargo foi publicada em edição extra do Diário Oficial (DOU) pelo governo, através do Ministério da Justiça e Segurança Pública, no início da noite de sexta-feira (8).
O novo superintendente no DF deve ser Victor Cesar Carvalho dos Santos, 53, delegado do Rio de Janeiro – reduto da família Bolsonaro.
O chefe da unidade não interfere diretamente nas investigações, pois legalmente os delegados têm autonomia para tocar os inquéritos. No entanto, segundo os policiais, se o novo superintendente tiver a intenção de atrapalhar ele tem meios de fazê-lo, porque delegados precisam ter respaldo do chefe para conduzir os inquéritos, principalmente, em casos mais sensíveis, com os que atingem autoridades de alta repercussão, além de infraestrutura para tocar as operações.
INTERFERÊNCIAS DE BOLSONARO NA PF
Esta semana o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que Bolsonaro deponha no inquérito que apura sua interferência na PF em até 30 dias.
Bolsonaro não queria depor presencialmente, mas horas antes de começar o julgamento do STF para analisar se o depoimento seria presencial ou não, ele recuou e aceitou depor presencialmente, com a prerrogativa de marcar hora e local da oitiva na PF.
O inquérito foi aberto depois da denúncia feita pelo ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, de que Jair Bolsonaro tinha o pressionado e ameaçado para conseguir trocar o diretor-geral e o superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro.
A intenção de Bolsonaro era proteger sua família e seus aliados das investigações sobre os diversos crimes que cometeram, entre eles, o caso das rachadinhas protagonizados por Flávio Bolsonaro. Quando anunciou sua saída do governo Bolsonaro, Moro relatou as ameaças e disse que as gravações de uma reunião ministerial da época (maio de 2020) poderiam provar que ele estava falando a verdade.
Na gravação, Jair Bolsonaro disse: “Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro oficialmente e não consegui. Isso acabou. Eu não vou esperar foder minha família toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança da ponta de linha que pertence à estrutura. Vai trocar. Se não puder trocar, troca o chefe dele; não pode trocar o chefe, troca o ministro. E ponto final. Não estamos aqui para brincadeira”.
MPF
O deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ) informou que entrou com representação no Ministério Público Federal contra a remoção do chefe da PF no Distrito Federal
“ATENÇÃO! Acionei o MPF para questionar a troca do delegado que comanda a PF no DF, onde estão casos de interesse da família Bolsonaro, como a investigação sobre fake news, ataques à urna eletrônica, organização de atos golpistas e tráfico de influência de Jair Renan”, afirmou Freixo.