Neste dia 6 de agosto, o professor Eduardo de Oliveira, fundador do Congresso Nacional Afro-Brasileiro (CNAB), completaria 93 anos.
Professor Eduardo, uma das mais destacadas lideranças do movimento negro e do povo brasileiro, renomado poeta, primeiro vereador negro da cidade de São Paulo e autor do Hino à Negritude, faleceu em julho de 2012, aos 86 anos.
Seu legado foi imortalizado na sua principal obra, o Hino à Negritude que, em 2014, tornou-se um dos hinos oficiais do Brasil.
O presidente do CNAB, Alfredo Oliveira, celebrou os 93 anos do nascimento do Professor Eduardo: “06 de agosto de 1926. Nasce o grande líder e ícone das lutas em defesa do combate ao racismo, ao preconceito descriminação do negro”.
“Dedicando toda sua vida, pela igualdade e liberdade do povo e à soberania Nacional. Deixando o legado de resistência, de luta e combate às discriminações e opressões, pela liberdade do negro e do Brasil”.
“Viva o Professor Eduardo de Oliveira!”, completou.
ATO SOLENE
A deputada estadual Leci Brandão, em conjunto com o CNAB e outras entidades nacionais de combate ao racismo, realizará, no dia 23, um ato solene em homenagem a Eduardo.
O ato acontecerá às 18h30min do dia 23 de agosto, no Auditório Paulo Kobayashi, na Assembleia Legislativa de São Paulo.
Hino à Negritude
Eduardo Oliveira
Sob o céu cor de anil das Américas
Hoje se ergue um soberbo perfil
É uma imagem de luz
Que em verdade traduz
A história do negro no Brasil
Este povo em passadas intrépidas
Entre os povos valentes se impôs
Com a fúria dos leões
Rebentando grilhões
Aos tiranos se contrapôs
Ergue a tocha no alto da glória
Quem, herói, nos combates, se fez
Pois que as páginas da História
São galardões aos negros de altivez
Levantado no topo dos séculos
Mil batalhas viris sustentou
Este povo imortal
Que não encontra rival
Na trilha que o amor lhe destinou
Belo e forte na tez cor de ébano
Só lutando se sente feliz
Brasileiro de escol
Luta de sol a sol
Para o bem de nosso país
Ergue a tocha no alto da glória
Quem, herói, nos combates, se fez
Pois que as páginas da História
São galardões aos negros de altivez
Dos Palmares os feitos históricos
São exemplos da eterna lição
Que no solo Tupi
Nos legara Zumbi
Sonhando com a libertação
Sendo filho também da Mãe-África
Arunda dos deuses da paz
No Brasil, este Axé
Que nos mantém de pé
Vem da força dos Orixás
Ergue a tocha no alto da glória
Quem, herói, nos combates, se fez
Pois que as páginas da História
São galardões aos negros de altivez
Que saibamos guardar estes símbolos
De um passado de heróico labor
Todos numa só voz
Bradam nossos avós
Viver é lutar com destemor
Para frente marchemos impávidos
Que a vitória nos há de sorrir
Cidadãs, cidadãos
Somos todos irmãos
Conquistando o melhor por vir
Ergue a tocha no alto da glória
Quem, herói, nos combates, se fez
Pois que as páginas da História
São galardões aos negros de altivez
(bis)