Na última quarta-feira (16), foi realizada a assembleia para a eleição da primeira direção do movimento Engenharia pela Democracia (EngD). Em um grande encontro com diversos líderes da engenharia brasileira, eles concretizaram o movimento que luta na defesa da democracia e da soberania nacional.
Segundo os engenheiros, o movimento “aprofunda o compromisso com a imprescindível tarefa de unir a Nação para derrotar e afastar o atual governo federal e seu projeto de destruição”.
Após meses de preparação, debates nos estados do país e eventos virtuais, o evento ocorreu para formalizar o movimento que se propõe a recuperar a condução do país e retomar o caminho democrático pleno e soberano, com ideias e propostas para entregar a contribuição ao processo de recuperação e de aprofundamento da redemocratização do Brasil, e de resgate da Engenharia e da Soberania Nacional.
O engenheiro e coordenador geral do movimento, Paulo Massoca saudou a todos que estiveram presentes no ato e conclamou a defesa dos princípios do EngD. “É fundamental a criação deste movimento, pela engenharia, pelos movimentos sociais, pelas pessoas, de lutar pelo nosso país, é fundamental defender nossos princípios, pela democracia, pela educação, pelo meio ambiente, pela soberania, pela engenharia e pela vida”.
“Vemos dezenas de milhões de brasileiras e brasileiros submetidos ao desemprego e à fome em níveis jamais vistos. A população está desassistida em meio a uma crise econômica e à precarização absoluta de suas condições de trabalho e moradia, em que cidades e empresas são arruinadas e famílias são despejadas para a mendicância em nossas cidades e no campo”, ressaltam os engenheiros.
Durante o evento, os engenheiros presentes na Assembleia aprovaram uma carta à nação brasileira, em que além de defender os princípios do EngD, denuncia os desmandos do governo Bolsonaro com a saúde e a pandemia, o meio ambiente, a educação, os empregos, entre outros pontos.
“Somos profissionais de Engenharia, Arquitetura, Geociências e outros campos de conhecimento correlatos que interagem ou atuam na engenharia. Não fazemos distinção de etnia, credo religioso, gênero, orientação afetiva ou convicção política. Os princípios que nos norteiam são: a Democracia nas suas dimensões social, cultural, econômica, política e ambiental; a Educação em Engenharia e Soberania nacionais; e o Desenvolvimento sócio ambientalmente responsável. Nos somamos à voz da Nação para, neste ano, dar um basta a esse descalabro, viva a Democracia, viva a engenharia nacional, viva a união do povo brasileiro. Fora Bolsonaro!”, diz um trecho da carta.
A engenheira e vice-coordenadora geral do EngD, Cladice Diniz saudou os participantes e conclamou um momento combativo pela democracia. ”Nós faremos um movimento memorável, um momento combativo e que possamos levá-lo por muito tempo. Fora Bolsonaro”, disse.
Ainda durante o debate, o geólogo da Petrobrás e conselheiro do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (CREA-RJ) Ricardo Latgé afirmou que é preciso a criação, a solidificação e ampliação do movimento acerca do que o país vive.
“Minha saudação está acima de tudo à disposição de trabalharmos juntos, de ampliar o debate sobre o papel da engenharia no desenvolvimento do Brasil, com o propósito de defender o movimento, a soberania e acima de tudo, a qualidade de vida do nosso povo, que possamos combater a política bolsonarista e zelar pela democracia do país”, disse.
O engenheiro Allen Habert parabenizou a criação do movimento também e afirmou que o documento aprovado pela Assembleia é condizente com o que defende o movimento, pela democracia e pela soberania nacional. Habert também criticou a retirada de direitos trabalhistas e afirmou que é preciso lutar para que nenhum desmando de Bolsonaro aconteça.
“A carta condizente com o nosso pensamento, e é uma boa senha para que se entenda o que é o EngD. É preciso que se construa uma nação próspera, uma nação democrática, representativa, de direitos de soberania nacional, que não tenhamos uma CLT lascada. Nós não podemos aceitar isso”, disse.
A Assembleia aprovou uma Carta a Nação Brasileira que recolherá assinaturas de adesão pelo portal engdemocracia.com.br e sua direção vai iniciar uma intensa agenda de trabalho.
Veja a íntegra do debate: