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Estudo publicado nesta sexta-feira (4) pela revista científica ‘Lancet’, uma das mais importantes do mundo, afirma que a ‘Sputnik V’, vacina produzida pela Rússia para a Covid-19, além de produzir potente resposta imune, é segura e não apresentou efeitos adversos graves. A Sputnik V, a primeira a ser registrada, em todo o mundo (em agosto), à qual o estudo se refere, foi – nas fases 1 e 2 – administrada em 76 voluntários e agora está sendo aplicada – na fase 3 de testes – em 40 mil voluntários.
Um trecho do estudo publicado pela Lancet esclarece que “as constatações de duas fases abertas, 1 e 2, de estudos não randômicos de uma vacina de estímulos diferenciados para a Covid-19, baseada em vetores adenovirais recombinantes, o rAd26-S e o rAd5-S, mostram que a vacina é segura, bem tolerada e induz fortes respostas imunes, celulares e humorais [a imunidade humoral é o tipo de defesa imunológica que atua no líquido extracelular], em 100% de participantes saudáveis.
Todos os eventos adversos reportados foram sobretudo leves. As reações sistêmicas e locais mais comuns foram de dor no local da injeção, hipertermia (temperatura do corpo de 37º a 38º), dor de cabeça, astenia, e dor nas juntas musculares, que são reações comuns a vacinas baseadas em vetores virais recombinantes. Não foram reportados quaisquer eventos adversos sérios durante o estudo.
Em geral, o perfil dos eventos adversos não difere de outros estudos já publicados para outras vacinas baseadas em vetores. A incidência de adventos adversos em nossos estudos foi ligeiramente menor que em outro trabalho; um estudo clínico comparativo com outras vacinas é necessário para confirmar estas descobertas.
Nos resultados publicados pelo estudo, os efeitos adversos mais sérios foram inexistentes até 42 dias após a vacinação dos voluntários e todos desenvolveram anticorpos para o novo coronavírus (Sars-CoV-2) dentro de 21 dias.
Os cientistas do Instituto Gamaleya, que desenvolveu a vacina, acrescentam que a resposta imune foi maior do que a observada em pacientes que foram infectados com o Covid-19 e se recuperaram naturalmente.
O governo do Paraná estabeleceu uma parceria para desenvolver a vacina russa e informou na sexta-feira que o pedido de registro da Sputnik V à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deve ser feito em 10 dias e os testes devem ter início em 1 mês.