Diante da crescente influência da diplomacia chinesa na região e do proporcional distanciamento da minúscula Taiwan, Trump vem chantageando os governos de El Salvador, República Dominicana e Panamá, que romperam recentemente relações com o protetorado estadunidense e estabeleceram com a China. Desde 1971 o princípio de “uma só China” foi acatado internacionalmente e a República Popular da China (RPC) substituiu Taiwan na Nações Unidas e passou a fazer parte do Conselho de Segurança, como membro permanente.
“O Departamento de Estado convocou os embaixadores dos Estados Unidos na República Dominicana, Robin Bernstein, e em El Salvador, Jean Manes, e a encarregada de negócios dos Estados Unidos no Panamá, Roxanne Cabral”, expressa um comunicado da chancelaria dos EUA, divulgado sexta-feira, em que acusa a China de estar realizando uma campanha de “interferência política”.
Sem cerimônia, o comunicado estadunidense informa que “nossos três chefes de missão se reunirão com os líderes do governo para analisar as formas como os Estados Unidos podem apoiar instituições e economias fortes, independentes e democráticas em toda a América Central e Caribe”. Dito “apoio” estaria obviamente vinculado às genuflexões aos EUA, o mentor político e maior provedor de armas de Taiwan.
El Salvador, que alterou seus vínculos em agosto, se tornou a quinta derrota diplomática registrada por Taiwan sob a presidência de Tsai Ing-wen, no poder desde 2016, e a terceira este ano. As relações entre Pequim e Taipei pioraram após Tsai assumir a presidência, com seu governo se negando a reconhecer a existência de “uma só China”.