Faleceu na noite desta quarta-feira (17) o ex-governador de Goiás, Helenês Cândido (MDB), por complicações do coronavírus. Ele esperava por três dias, por uma vaga na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no estado.
Cândido tinha 86 anos e morreu em uma ambulância enquanto estava sendo transferido da cidade de Santa Helena de Goiás para Caldas Novas, no sul do Estado.
Ele é o segundo ex-governador goiano a sucumbir pela covid-19. Maguito Vilela (MDB), prefeito de Goiânia e que também governou o Estado, faleceu em janeiro deste ano, aos 71 anos.
Helenês estava internado em uma unidade de tratamento semi-intensivo, no hospital de campanha de Santa Helena, mas, devido ao agravamento da doença, precisou ser transferido para UTI com suporte de hemodiálise. O ex-governador era portador de diabetes e tinha hipertensão.
O ex-governador havia sido internado no início do mês em Goiânia, com a esposa, Lila Morais, também diagnosticada com covid, mas os dois chegaram a receber alta. Dias depois, Helenês voltou a passar mal e foi internado em um hospital de Morrinhos. Em seguida, com o quadro mais grave, foi transferido para a unidade de Santa Helena, onde foi intubado.
O político foi prefeito de Morrinhos, deputado estadual por três mandatos e governador de Goiás entre 24 de novembro de 1998 e 1º de janeiro de 1999, em mandato tampão.
O governo de Goiás ainda não retornou ao ser questionado sobre a demora na transferência do paciente.
O presidente da Assembleia Legislativa goiana, deputado Lissauer Vieira (PSB), decretou luto oficial de três dias. “Lamento profundamente a morte de mais um ex-governador do nosso Estado para a covid-19. Helenês foi um grande político, exemplo de trabalho e conquistas, mas também de humildade e retidão. Ele também passou por essa cadeira que hoje eu ocupo, como presidente da Alego, e trouxe vários avanços para a Casa. Com certeza, deixa um legado brilhante”, afirmou.
Em Goiás, 573 pessoas com Covid-19 lutam, na quarta-feira (17), na longa fila de espera por vaga em hospital com leito exclusivo para tratamento contra a doença. Desse total, 237 (58,6%) já receberam de médicos diagnóstico mais grave e, por isso, aguardam ser encaminhadas urgentemente para alguma unidade de terapia intensiva (UTI).
Os dados são do Complexo Regulador Estadual (CRE). Além de se manter em alta desde o início do ano, o número de pacientes com Covid na fila de UTI é o maior desta semana, no estado. Na segunda-feira (15), 555 pessoas aguardavam por uma vaga.
Pressionado pela acelerada disseminação do vírus em Goiás, o governador Ronaldo Caiado divulgou novo decreto com medidas restritivas. O estado proibiu cidades em calamidade de flexibilizarem regras para enfrentamento à Covid.