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A Força Aérea Brasileira (FAB) realizou na terça-feira (24) uma operação militar histórica e até então inédita com aeronaves militares brasileiras: um real lançamento múltiplo de 6,5 toneladas de suprimentos. O lançamento foi necessário para enviar suprimentos médicos e alimentos de ajuda humanitária às comunidades indígenas na região yanomami.
Como parte da missão, na manhã do dia 24, a aeronave C-105, operada pelo Primeiro Esquadrão do Décimo Quinto Grupo de Aviação (1°/15° GAV – Esquadrão Onça) realizou, de forma inédita, o lançamento múltiplo de 2 toneladas de medicamentos e produtos médicos básicos de primeira necessidade, tais como soro, gases, seringas, dentre outros.
O lançamento múltiplo é um procedimento que consiste em lançar de uma plataforma fixa apropriada, com a utilização de paraquedas, cargas a aproximadamente 1000 pés, sendo possível o lançamento de até 5 cargas. Feitos desta magnitude, demonstram a grande competência logística desenvolvida pela Força Aérea, que aliada ao preparo e habilidade das tripulações, torna capaz a distribuição de grande quantidade de material utilizando apenas uma aeronave.
Essa foi a primeira vez que o C 105, operado pelo Esquadrão Onça, realizou um voo desta natureza, tornando-se um feito histórico e, acima de tudo, motivo de muito orgulho, uma vez que, com essa ação, puderam ajudar a salvar vidas.
O Ministério da Saúde recebeu denúncias de que crianças e idosos das populações indígenas do território Yanomami, situado entre os estados de Roraima e Amazonas, sofriam grave estado de saúde, desnutrição, além de muitos casos de malária e infecção respiratória aguda.
Essa tragédia humanitária, que veio a receber atenção da mídia e dos governantes só agora, é resultado da facilitação da ação do garimpo ilegal pelo governo Bolsonaro e da falta de compromisso no combate do mesmo, que deixa resíduos tóxicos na água, sobretudo a contaminação por mercúrio.
HOSPITAL DE CAMPANHA
A Aeronáutica vai inaugurar um hospital de campanha nesta sexta-feira (27), em Boa Vista, em Roraima para atender os indígenas yanomamis. Ele será instalado na Casa de Saúde Indígena. É uma tentativa de desafogar o sistema de saúde de Roraima, que ficou sobrecarregado nos últimos dias.
O hospital foi transferido do Rio de Janeiro para Boa Vista, após a decisão do ministério da Saúde, anunciada no último sábado (21).
A unidade tem capacidade para 300 pacientes, o que é mais do que a Casa de Saúde consegue atender. Mas, no momento, existem cerca de 700 indígenas aguardando atendimento. Atualmente, 53 crianças estão internadas no único hospital infantil da cidade. Muitas delas estão vivendo um quadro de desnutrição grave, malária, diarreia aguda e pneumonia.