A Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) lançou nota pública, no dia 28, condenando a “invasão da mesquita Iman Ali, ocorrida na madrugada de sexta para sábado (dia 27)”, na cidade paranaense de Ponta Grossa e alertando para uma “escalada da intolerância religiosa no Brasil”.
“Mais do que o nosso repúdio a este ato bárbaro e repulsivo, a nossa solidariedade aos muçulmanos de Ponta Grossa e de todo o mundo” e “alertamos que está em curso uma tentativa de normalização da intolerância religiosa, de torna-la fator permanente de desestabilização do Brasil cujas consequências são imprevisíveis”.
A nota também lembra de ataques a religiões de matriz africana, assim como o chute à imagem de Nossa Senhora por um pastor protestante, e destaca que esta barbárie tem como resultado, entre outras mazelas, a “dilaceração no tecido social e nacional”.
A Fepal informa que nos Estados Unidos há setores envolvidos em campanha de promoção do ódio entre nacionais diversos, campanhas em atuação aqui, no Brasil, e em outros países e lembra denúncia formulada no seu documento “Difamação das religiões: os riscos à comunidade muçulmana e árabe residente no Brasil e os perigos de intolerância religiosa e de conflitos religiosos no país”, divulgado em 14 de abril de 2011, no qual denuncia ações deste tipo em “campanha dos EUA levada a cabo por sua embaixada e aliados internos no Brasil”, documento entregue às autoridades brasileiras.
Entre as entidades judaicas que prontamente também se manifestaram em solidariedade aos integrantes da comunidade árabe brasileira, a Federação Israelita do Paraná, a organização de antidifamação, Bnai Brit do Paraná, o Observatório Judaico de Direitos Humanos no Brasil (OJDHB) e o coletivo Judeus pela Democracia.
Em nota pública do dia 27, as entidades judaicas paranaenses afirmam “inadmissível que um templo seja desrespeitado com invasão, pichações e destruição e pela queima do livro sagrado do Alcorão” e manifestam “profunda solidariedade ao sheik Mahmoud Shamsi e à sua congregação em razão do vandalismo praticado pelo ódio islamofóbico, pela intolerância religiosa e pelo nefasto racismo” e exigem a polícia e autoridades judiciais a localização dos responsáveis e sua punição.
O Observatório Judaico publicou a nota das entidades judaicas do Paraná em sua página e acrescentou nota de repúdio “aos atos de vandalismo” e que lamentam “as perdas sofridas pela comunidade islâmica” e afirmam que “a islamofobia é crime inaceitável”.
“Exigimos que as autoridades apurem os fatos, julguem e condenem os responsáveis”, finaliza o OJDHB.