Este sábado (2), seis meses antes das eleições de outubro, é a data-limite para que governadores que pretendam concorrer a outro cargo eletivo renunciem para entrar na corrida eleitoral. A regra vale, por exemplo, para quem já cumpre o segundo mandato e não podem disputar a reeleição.
Ao todo, líderes de seis estados brasileiros se afastaram dos governos para disputarem uma vaga a outro cargo eletivo. Dois deles, os tucanos João Doria (SP) e Eduardo Leite (RS), tentam a indicação para a disputa à Presidência. Alguns prefeitos também saíram para concorrer a governos.
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB), deixou o cargo para concorrer a uma cadeira no Senado. Dino publicou em suas redes sociais uma “carta ao povo do Maranhão”, relembrando os sete anos em que esteve comandando o estado. Quem assume é o vice-governador Carlos Brandão (PSB), que é candidato à reeleição.
“Sou muito grato por tudo que vivi à frente do governo do estado”, escreveu. “Esse barco ainda tem muito a navegar. Estou saindo da cabine de comando, mas continuo na luta, junto com todos e todas, para que ele chegue sempre em um bom porto. Mesmo que esse bom porto seja uma utopia, porque o nosso destino é continuar navegando”, diz trecho da carta.
E uma cerimônia realizada na noite de quinta-feira (31), no Teatro Arthur Azevedo, Centro de São Luís, Flávio Dino relembrou a sua prioridade com o povo do Estado. “Para ser feliz você nunca pode estar sozinho. Eu estou feliz porque servimos ao povo do Maranhão. E que lembrou as duas soberanias dos servidores públicos. A sua excelência o cidadão e aqueles que merecem ter os seus direitos atendidos com um serviço público forte. Eu tenho absoluta noção pelas falhas e erros e tenho noção sobre eles. Acreditem que me dediquei a cada segundo desse governo”, ressaltou.
Deputado federal e secretário de Estado de Cidades, Márcio Jerry fez um balanço da gestão e frisou a importância do projeto ter continuidade. “Aqui, neste local, no dia 2 de janeiro de 2015, eu tive a honra de ter sido o orador em nome dos secretários que assumiram naquele momento. Sete anos e três meses depois a constatação de que valeu a pena aquilo que, naquele dia, o governador Flávio Dino e os secretários proferiram como sinais de esperança, sonhos e realizações para o Maranhão. E esse percurso foi marcado por muitos sonhos realizados, muitas conquistas, é um exemplo de como se faz gestão pública voltada para a maioria do povo”, comentou.
“Nosso sentimento é de dever cumprido, mas a missão não está cumprida. Tem muita coisa pra ser feita. É muito grande a responsabilidade do próximo governador que assume o Palácio dos Leões. Carlos Brandão falou hoje, ele tem essa ideia, da necessidade da dar continuidade, de seguir esse trabalho, para que o Maranhão continue no rumo certo e continue, cada vez, melhorando as condições de vida do povo”, completou Jerry.
RENÚNCIAS
Em São Paulo, João Doria (PSDB) deixou o comando do estado para ser candidato a presidente. O vice Rodrigo Garcia (PSDB) assume o governo paulista e deve ser candidato à reeleição.
Derrotado nas prévias do PSDB, Eduardo Leite deixou a função de governador do Rio Grande do Sul ainda sem definir a que cargo irá concorrer. Quem assume o comando do estado é o vice Ranolfo Vieira Júnior (PSDB).
Renan Filho (MDB) deixa o governo de Alagoas para disputar o Senado. Como seu vice-governador, Luciano Barbosa (MDB), elegeu-se prefeito de Arapiraca (AL) nas eleições municipais de 2020, haverá eleição indireta na Assembleia Legislativa do estado para escolher um governador que ficará no cargo até o fim do ano.
Camilo Santana (PT) sai do governo do Ceará para disputar uma vaga no Senado. Quem assume o comando do estado é a vice-governadora Izolda Cela (PDT).
Wellington Dias (PT), governador do Piauí, é outro que deixa o cargo para tentar uma vaga no Senado. Quem assume a administração estadual é a vice-governadora Regina Souza (PT).
PREFEITOS
Pelo menos prefeitos de três capitais se desligaram dos cargos até o momento. Este sábado é o prazo imposto pela Justiça Eleitoral como limite para a disputa das eleições de 2022.
Esses prefeitos estão aptos a concorrer ao governo estadual em outubro. São eles Alexandre Kalil (MG), Gean Loureiro (SC) e Marquinhos Trad (MS).
Kalil (PSD) anunciou a saída da prefeitura de Belo Horizonte em 25 de março e já oficializou sua pretensão de concorrer ao governo de Minas Gerais. O desafio será superar o atual governador, Romeu Zema (Novo), que ainda não oficializou a pré-candidatura em busca da eleição, mas deve tentar.
Gean Loureiro (União BR) confirmou o movimento para buscar o governo de Santa Catarina ao renunciar à prefeitura de Florianópolis na última quinta-feira (31). Agora, o objetivo é transformar a aspiração pessoal em candidatura do União Brasil, partido fruto da fusão PSL e DEM, ao qual Loureiro era filiado. Ele terá de fazer uma costura local para ser oficializado como o nome escolhido.
Em Mato Grosso do Sul, Marquinhos Trad (PSD) oficializou neste sábado (2) a renúncia ao cargo para ser pré-candidato ao governo de Mato Grosso do Sul. Ele já tem o aval de seu partido para concorrer ao governo desde o dia 5 de março.
Atualmente em segundo mandato, depois de ser reeleito em 2020, Trad é a aposta do PSD para aumentar a quantidade de governadores. Quem assume a gestão do município é a vice-prefeita Adriane Lopes (Patriota).
Outros três prefeitos também podem deixar os cargos até este sábado.
Emanuel Pinheiro (MDB), prefeito de Cuiabá, é apontado como possível candidato ao governo do Mato Grosso. Lorenzo Pazolini (Republicanos) avalia a possibilidade de deixar a prefeitura de Vitória. E Cinthia Ribeiro (PSB) estuda a opção de deixar a prefeitura de Palmas.