Na última sexta-feira (28), as Forças Armadas entregaram 5,6 toneladas de cestas básicas em território Yanomami. A ação ocorreu no contexto da Operação Ágata, na Fronteira Norte nas comunidades indígenas no município de Mucajaí, Roraima, e foi acompanhada por agentes da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).
Até o momento, em 2023, foram entregues 27,5 mil cestas básicas aos indígenas Yanomami, em ações conjuntas.
Em abril, vieram à tona imagens de idosos e crianças desnutridas e famintas, além de casos de malária que fizeram o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decretar emergência de saúde pública de importância nacional na região.
Também foi criado o Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública (COE – Yanomami), coordenado pela Secretaria Nacional de Saúde Indígena.
VIOLÊNCIA AOS POVOS INDÍGENAS
Da mesma forma, o relatório do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) denunciou que a violência contra povos indígenas aumentou significativamente durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Os dados, baseados em informações públicas da Secretaria Especial de Saúde Indígena, dos estados e de outros entes públicos, mostraram uma explosão de assassinatos, invasões de terras e avanço do garimpo ilegal sobre as terras ocupadas pelas comunidades tradicionais.
O dado mais grave do relatório apontou que somente em 2022, um total de 180 indígenas foram assassinados em conflitos pelo país. A violência contra os povos nativos registrada no ano passado se equipara ao cenário encontrado nos três anos imediatamente anteriores, cobrindo toda a gestão do ex-presidente.
Os estados que lideraram o índice de assassinatos foram Roraima (41), Mato Grosso do Sul (38) e Amazonas (30). De acordo com o Cimi, “esses três estados concentraram quase dois terços (65%) dos 795 homicídios de indígenas registrados entre 2019 e 2022: foram 208 em Roraima, 163 no Amazonas e 146 no Mato Grosso do Sul”.
O Conselho aponta que o avanço de criminosos sobre reservas foi potencializado pelo desmonte de órgãos como a Funai e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que atuam na fiscalização ambiental e causas indígenas.
Segundo o levantamento, a mortalidade infantil nas comunidades indígenas também foi agravada pela omissão do poder público. O relatório aponta a ocorrência de 835 mortes de crianças nativas de até quatro anos de idade, em 2022. A maioria das mortes foi registrada no Amazonas (233), em Roraima (128) e no Mato Grosso (133). Em comparação aos governos Dilma Rousseff e Michel Temer, houve um aumento de 83% na gestão Bolsonaro.