O secretário especial de Cultura do Ministério do Turismo, Mario Frias, foi exonerado nesta quinta-feira (31) supostamente para concorrer a deputado federal por São Paulo.
Em 12 de março passado, Frias se filiou ao PL, mesmo partido de Jair Bolsonaro, e anunciou a pré-candidatura. Ele estava na Secretaria Especial de Cultura desde junho de 2020, período em que se envolveu em polêmicas sobre a condução da pasta.
Na semana passada, a Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado aprovou um convite para que Frias explique o gasto de R$ 39 mil – valor pago com recursos públicos – numa viagem que fez a Nova York (EUA) em dezembro do ano passado.
Mario Frias viajou na classe executiva de um voo para Nova York, ao custo de R$ 26 mil ida e volta, com diárias a que o servidor tem direito em viagem oficial de R$ 12,7 mil. Mais seguro de R$ 305.
O motivo da viagem, de caráter “urgente”, foi a discussão de um projeto de audiovisual com o empresário Bruno Garcia e com o lutador de jiu-jitsu Renzo Gracie – que é apoiador de Bolsonaro. O novo secretário especial de Cultura, Hélio Ferraz, acompanhou Frias na viagem. Além da convocação do Senado para que o então secretário preste esclarecimentos sobre os gastos da viagem, o Ministério Público pediu que o Tribunal de Contas da União (TCU) investigue os gastos.
Outros dez ocupantes de cargos no primeiro escalão também deixaram os cargos nesta quinta (31) para se candidatar às eleições de outubro. A legislação eleitoral determina a desincompatibilização dos ministros que vão disputar as eleições, medida que deve ocorrer até seis meses antes do pleito. O primeiro turno deste ano está marcado para 2 de outubro.
A lista com as trocas foi publicada no Diário Oficial da União que circulou nesta manhã. No Ministério da Infraestrutura sai Tarcísio de Freitas, pré-candidato ao governo de São Paulo, que será substituído por Marcelo Sampaio, que era secretário-executivo da pasta.
João Roma, pré-candidato ao governo da Bahia, deixa o Ministério da Cidadania para dar lugar a Ronaldo Vieira Bento, que chefiava a assessoria de Assuntos Estratégicos do ministério. Damares Alves, que não sabe ainda se disputa uma vaga no Senado ou na Câmara, vai dar lugar a Cristiane Britto, que era secretária nacional de Políticas para as Mulheres. Marcos Pontes, pré-candidato a deputado federal por São Paulo, será substituído no Ministério da Ciência e Tecnologia por Paulo Alvim, que era secretário de Inovação. Onyx Lorenzoni deixa a pasta do Trabalho e Previdência para tentar o governo do Rio Grande do Sul. no lugar entra José Carlos Oliveira.
A secretária de Governo Flávia Arruda, pré-candidata ao Senado no Distrito Federal, será substituída por Célio Faria Junior, que era chefe do gabinete pessoal de Bolsonaro. A deputada Tereza Cristina, pré-candidata ao Senado no Mato Grosso do Sul, deixa o Ministério da Agricultura. Em seu lugar assume o secretário-executivo Marcos Montes.
Pré-candidato ao Senado no Rio Grande do Norte, Rogério Marinho deixa o Ministério do Desenvolvimento Regional. Daniel de Oliveira Duarte Ferreira, que era secretário-executivo da pasta, vai ocupar o cargo. No ministério do Turismo, Gilson Machado deixa o cargo para tentar uma vaga no Senado em Pernambuco. Carlos Brito, que era diretor-presidente da Embratur, assume o lugar.
VICE
O general Walter Braga Netto, o décimo nome, também foi exonerado do Ministério da Defesa e deve ser candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro. Para o lugar dele foi nomeado o atual comandante do Exército, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira. O general Freire Gomes será o novo comandante da Força.