Finalmente, a Fundação Cultural Palmares se livrou de Sérgio Camargo, a excrescência que ocupava o cargo de presidente da instituição desde o início do governo Bolsonaro.
A exoneração, que foi publicada na edição de hoje (31) do Diário Oficial da União, não se deu pelos as atrocidades ditas e cometidas pelo capitão do mato durante o tempo em que esteve à frente da Fundação, criada para salvaguardar a memória e atuar na defesa dos negros e da cultura afro-brasileira, mas porque, tudo indica, Camargo deve concorrer a algum cargo nas próximas eleições.
Na terça-feira (29), Sérgio Camargo anunciou sua filiação ao PL, mesmo partido de Bolsonaro, no Twitter, no mesmo perfil que usou nos últimos tempos para vomitar ofensas ao movimento negro.
O afastamento de Sérgio Camargo da Fundação Palmares já vinha sendo defendido até pela turma de Bolsonaro, assessores e aliados, que, após as ofensas de Camargo ao congolês Moïse Kabagambe, brutalmente assassinado no Rio de Janeiro, começaram a achar que Camargo “passou de todos os limites” e tirava votos de Bolsonaro.
O racista assumido chegou a dizer que Moïse “era um vagabundo morto por outros vagabundos”, o que causou revolta e gerou críticas nos mais diversos setores, inclusive do Judiciário.
Camargo também se jactava de que em dois anos à frente da Fundação Palmares, nunca tinha recebido nenhuma liderança do movimento negro. “Sou um negro livre! Não tenho que dialogar com escravos”, escreveu no Twitter.
Ele também criou uma portaria que excluiu 27 nomes de personalidades negras vivas da lista de homenageados da Fundação Palmares, entre elas Milton Nascimento, Gilberto Gil, Elza Soares, a atriz Zezé Mota e a escritora Conceição Evaristo.
Camargo, que chamava o movimento negro de “inútil e ridículo”, também queria mudar o nome da instituição para “Fundação Princesa Isabel”. “A era da reafricanização e do senzalismo acabou na Palmares. Aceitem e criem a própria fundação vitimista, com recursos do movimento negro, que não trabalha e nada produz”, disse.
No ano passado, Sérgio Camargo chegou a ser afastado pela Justiça do Trabalho dos assuntos relacionados à gestão de pessoal da Fundação, após uma série de denúncias feitas pelos funcionários, de assédio moral e perseguição política.
Ele, que também defendia chibatadas como forma de punição aos pichadores, afirmando que “pichadores não são ‘artistas’, são vândalos e marginais. Agem incentivados pela esquerda, que tudo emporcalha e destrói”, e que “tem que fazer igual em Cingapura, dar chibatadas nos pichadores”, já vai tarde, mais do que tarde.
Como esse sujeito ficou a salvo de ações jurídicas contra ele é um mistério.
Virasin Ohmni,
da mesma forma que o chefe dele Bolsonaro, permaneceu ao longo de todo o seu mandato fazendo miséria no Brasil e não foi impeachmado e nem tão pouco será preso após sua queda. Dentre muitos outros exemplos maravilhosos, como a máfia das igrejas evangélicas, que ninguém sabe e ninguém viu. No Brasil minha cara, tudo acaba em samba, em pizza ou em culto evangélico fajuto.