Os metroviários de São Paulo afirmaram que o governador do Estado, Tarcísio de Freitas, não cumpriu acordo de liberar as catracas para a população enquanto se negociam as reivindicações para o fim da greve que paralisou quatro linhas do Metrô nesta quinta-feira (23).
Conforme o Sindicato dos Metroviários, logo após o início da greve, a entidade propôs ao TRT que as catracas fossem liberadas para os usuários, o que foi aceito pelo governo. Com o anúncio, os funcionários voltaram aos postos de trabalho durante a manhã desta quinta, mas o acordo não foi cumprido e as estações seguiram fechadas. Conforme o Sindicato, enquanto fingia aceitar o acordo, o governador Tarcísio Freitas recorria à Justiça para impedir o movimento.
“Nós, metroviários, propusemos em assembleia à meia-noite que a nossa mobilização ocorresse com as catracas liberadas (entrada gratuita), para atender a população”.
“Nesta manhã, o governador enviou carta formal ao Sindicato afirmando: ‘considerando deliberação da categoria, a Companhia informa que liberará as catracas’”.
“No mesmo sentido, às 9h24m Tarcísio de Freitas publicou em seu Twitter oficial: o metrô comunicou ao sindicato dos metroviários a liberação do funcionamento do sistema nesta quinta-feira com liberação total das entradas”.
“Diante disso, os metroviários assumiram de imediato os seus postos de trabalho, prontos para retomar o transporte com a entrada gratuita. O Metrô, em nenhum momento, autorizou a retomada do funcionamento”.
“As 10h18m foi publicada a decisão do TRT que proibiu a liberação das catracas. Ficou então nítido que Tarcísio mentiu. Enquanto afirmava para a população e para os metroviários que liberaria as catracas, recorreu à Justiça para impedir que a população pudesse usar o metrô. A Justiça não tomou a decisão sozinha. O Tribunal apenas atendeu a um pedido formal do governador. Ficou nítida a má fé e o desrespeito”, afirmou o sindicato em nota.
Com o rompimento do acordo, a presidente do Sindicato dos Metroviários, Camila Ribeiro, declarou que a greve irá continuar. “Decidimos continuar a greve”. “Lamentamos que o governo Tarcísio gastou seu tempo no dia para fazer um drible nos metroviários e na população. Se hoje a cidade está um caos, o responsável por isso se chama Tarcísio de Freitas, que mentiu para a população”, afirmou.
Convocando uma nova assembleia para hoje, às 18 horas, o Sindicato ressalta que “mantemos nossa disposição de operar o metrô com catracas liberadas caso o governo honestamente aceite essa proposta e autorize o metrô a funcionar”.
A greve teve início à meia-noite desta quinta, paralisando as linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Lilás. Os funcionários do Metrô reivindicam abono compensatório referente aos três anos trabalhados durante a pandemia, que não foi autorizado pelo governo, o fim de terceirizações e a abertura de concurso público. Em apoio aos metroviários, a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), afirmou que as reivindicações da categoria “são direitos adquiridos via acordo coletivo”.