O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, e o presidente do Incra, César Aldrigui, estão acompanhando o incêndio que vitimou nove pessoas no acampamento “Terra e Liberdade”, do Movimento Sem Terra (MST) em Parauapebas, no sudeste do Pará. A tragédia ocorreu durante a instalação de internet no local. As autoridades chegaram ao Pará a pedido do presidente Lula.
Na manhã desta segunda-feira (11), os representantes do Governo Federal participaram de audiência realizada em uma escola na Vila Palmares II, região onde a comunidade se firmou. O ministro Teixeira disse que a proposta do governo é fazer um levantamento de áreas públicas com finalidade de assentar as famílias da área. “Faremos o cadastro, buscando alternativas de transferência para um local adequado para que definitivamente possam continuar produzindo alimentos para o povo brasileiro”.
Ele disse ainda que as negociações com a comunidade vem ocorrendo desde julho no intuito de evitar conflitos de terra. “Vamos continuar a implementar os compromissos do Governo Federal assumidos com essas famílias, que têm o direito de serem atendidas dentro do programa de reforma agrária brasileiro”.
O prefeito de Parauapebas, Darci Lermen (MDB), uma comitiva do Governo do Estado, Defesa Civil municipal e lideranças do MST participaram do encontro que tratou de decisões a serem tomadas sobre o caso e as condições dos assentados.
Lermen disse que a prefeitura atuou durante a noite da tragédia. “O caos havia se instalado, ninguém conseguia falar com ninguém, e os corpos eram encontrados. Então nós como prefeitura temos obrigação de acompanhar tudo e dar suporte necessário para que essas pessoas sofram o menos possível”. Segundo ele, o apoio foi em forma de água potável, alimentação, além de estrutura de saúde e acompanhamento psicológico.
“Um evento desse pode ser até traumático, pelo estado que ficaram os corpos, foi chocante, tinham muitas crianças, e local estava com muita fumaça, a gente tem visto muitas pessoas que ficaram abaladas, toda a ação foi fundamental para garantir primeiro a alimentação, e depois fazer a transferência dessas famílias para um local mais adequado que possam viver com dignidade”, afirmou o prefeito.
A reunião determinou que deve ser feita uma checagem de terras públicas para assentar as 2.500 famílias, que devem ser cadastradas. O rastreio das terras deve ser feito pelo poder municipal para fazer a retirada dessas pessoas do local onde ocorreu o acidente, segundo o Ministério.
Técnicos da empresa G5 Internet, ao tentarem fixar uma antena no acampamento, teria entrado em contato com a rede de média tensão de energia elétrica, o que provocou uma explosão. Em seguida, incendiou toda a fiação de internet, alguns barracos, e a cerca que faz a circunferência do acampamento. Das nove vítimas, seis são acampados e três são servidores da empresa de internet. Nesta segunda, ocorreu o enterro coletivo das vítimas.