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A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) afirmou que é “inadmissível” a fala de Jair Bolsonaro dizendo que uma “pistola” é mais importante do que a Lei Maria da Penha para o combate à violência contra a mulher.
“A Lei Maria da Penha já salvou mais de 300 mil vidas. Mas, o presidente acha que ela é inútil. Prega que violência se combate com mais violência. De um defensor da tortura e de torturadores, isso é esperado. De um chefe de estado, é inadmissível”, apontou a deputada.
Em evento em Novo Hamburgo, no sábado (3), no Rio Grande do Sul, com o público exclusivo de mulheres, Jair Bolsonaro falou por mais de 40 minutos e reforçou a imagem de que despreza as mulheres, reforçada por diversas falas feitas ao longo de seu mandato.
No evento, disse que a posse de armas é mais importante do que a Lei Maria da Penha para a proteção das mulheres.
“Quando precisar trocar um pneu sozinha na rua e vier pessoas na sua direção, prefere ter na bolsa uma Lei Maria da Penha ou uma pistola?”.
Na quinta-feira (1), Bolsonaro fez uma publicação atacando a apresentadora Gabriela Prioli, instigando seus apoiadores a ameaçá-la. Prioli está grávida de 6 meses, de uma menina.
Em vídeo, a apresentadora mostrou que esse foi apenas mais um ato de desprezo e ódio contra as mulheres. “A convocação, como sempre, covarde, atinge uma mulher grávida de seis meses de uma menina. Isso me faz lembrar dos reiterados ataques de Bolsonaro às mulheres. Eu recebi centenas de ameaças nas últimas horas e ele sabia que isso aconteceria, esse era o objetivo dele”, disse.
“Não importa o trabalho de imagem que tentam fazer seus assessores e apoiadores políticos, o ódio do Bolsonaro às mulheres é tão forte, mas tão forte, que ele não consegue manter o script”, continuou.
A verba destinada pelo governo Bolsonaro a ações de combate à violência contra a mulher foi a menor dos últimos quatro anos, revelou um levantamento do Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos). Foram destinados apenas R$ 43 milhões.
Em 2021, o valor reservado foi de R$ 71 milhões, mas o governo gastou 49% disso em pagamentos de serviços dos anos anteriores, fazendo com que as políticas de combate à violência contra a mulher fossem ainda mais impactadas.