O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL-AM), reagiu às declarações de Bolsonaro, que, ao sair do hospital neste domingo (18), responsabilizou-o pela aprovação do aumento do valor do fundo eleitoral de R$ 1,7 bilhão para R$ 5,7 bilhões.
O deputado disse que Bolsonaro “deveria é dizer que vai vetar, mas vai tentar arrumar alguém para responsabilizar também, porque é típico dele e dos filhos correr das suas responsabilidades e obrigações”.
“Eu não tenho muito tempo para ficar batendo boca com o presidente (Bolsonaro) por conta dessas palavras que ele joga ao vento. Mas quero lembrar com muita serenidade ao presidente que quem encaminhou a LDO com previsão de fundo eleitoral para o Congresso foi o governo dele. E quem articulou a votação na CMO para definir o valor e quem articulou a votação em plenário foram os líderes do governo dele”, respondeu Ramos.
A previsão de aumento do fundo eleitoral foi enviada para o Congresso pelo Executivo, no âmbito da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), com o valor articulado pelas lideranças do governo e apoio maciço de partidos da base aliada do governo.
“Só presidi a sessão e quero lembrar que não houve protestos pelos líderes do governo nem pelo líder do partido do filho dele contra a votação simbólica”, afirmou o deputado. “Ainda vale lembrar que nem voto nessa matéria, porque só presidi a sessão. Quem votou a favor foram os filhos dele, tanto na Câmara como no Senado. Essas palavras jogadas ao vento não vão transferir responsabilidades. Presidente, assuma as suas”, disse Marcelo Ramos.
Ao responsabilizar o vice-presidente da Câmara, Bolsonaro disse: “então, num projeto enorme, alguém botou lá dentro essa casca de banana, essa jabuticaba. O Parlamento descobriu, foi tentando destacar para que a votação fosse nominal. Essa questão, o presidente Marcelo Ramos, do Amazonas… Pelo amor de Deus o Estado do Amazonas ter um parlamentar como esse, pelo amor de Deus”, afirmou.
Entre os deputados bolsonaristas que votaram pelo aumento do fundo eleitoral estão Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), Carla Zambelli (PSL-SP), Bia Kicis (PSL-DF), Marco Feliciano (Republicanos-SP), Osmar Terra (MDB-RS), entre outros políticos da base governista.