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“Se temos dinheiro para financiar a agricultura, por que não existe dinheiro para indígenas na plantação?”, indagou o presidente, em encontro dos povos indígenas
Ao participar da 52ª Assembleia Geral dos Povos Indígenas de Roraima, nesta segunda-feira (13), o presidente Lula visitou uma feira de produtos criados pelas comunidades locais e anunciou que o governo vai financiar a produção de alimentos nas terras indígenas.
“Na medida que os indígenas tenham um incentivo para produzir, produzirão como qualquer pessoa que vive da terra. Vamos voltar para Brasília e conversar com ministros, porque se temos dinheiro para financiar a agricultura, por que não existe dinheiro para indígenas na plantação?”, indagou Lula.
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“Vamos pensar um programa de produção agrícola para incentivar a produção indígena na terra. E vamos legalizar as terras que estão com documentos prontos, para cuidarmos de um bem precioso para a gente”, acrescentou o presidente. Ele falou também da pesquisa da biodiversidade da Amazônia e que, com investimentos para essa pesquisa, “quem sabe o país pode descobrir uma maneira de criar empregos descentes e uma vida melhora para os moradores da região?”
“Em janeiro, estive em Roraima para somarmos esforços e enfrentarmos a crise contra o povo yanomami. Hoje volto ao estado para o encontro de povos indígenas em Raposa Serra do Sol e para reafirmar nosso compromisso com a preservação ambiental e com os povos originários”, ressaltou Lula.
Ele lembrou que 100% das terras brasileiras pertenciam aos índios. “A sociedade brasileira está tomando consciência de que os indígenas não estão ocupando nenhuma terra sem dono. Na verdade, os indígenas estão ocupando 14% de um território nacional que já tiveram 100%. São os outros 86% que estão ocupando uma terra que era deles”, prosseguiu o mandatário.
Sobre a vinda de escravos, Lula lembrou que eles vieram forçados para trabalhar porque os europeus não queriam trabalhar. Diziam que os índios não gostavam de trabalhar, por isso trouxeram os negros.
“Mas”, destacou o presidente, “apesar de toda a desgraça dessa escravidão, uma coisa boa aconteceu: a miscigenação entre indígenas, negros e europeus”. “Esta miscigenação formou essa gente maravilhosa que está aqui e que gosta de música, que gosta de dança, que gosta de festa, que gosta de respeito e que gosta de trabalhar para sustentar a sua família”, assinalou.
O presidente falou sobre sua visita ao hospital que faz atendimentos aos indígenas e disse que ficou chocado. “Fui na Casa de Saúde Indígena Yanomami e não imaginava que um país que é o 3° maior produtor de alimentos do mundo poderia deixar suas crianças morrendo de fome. Assumimos o compromisso, com nossos ministérios, de mudar isso”, garantiu o presidente, dirigindo-se à ministra da Saúde, Nísia Trindade.