O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a afirmar que a gasolina está cara por causa da dolarização do preço e não pelo conflito na Ucrânia.
O resultado disso é que a população sofre com carestia nos preços dos alimentos e dos combustíveis.
“Ninguém deve acreditar que a gasolina está cara por causa da guerra na Ucrânia. Ninguém deve acreditar quando o presidente diz que, se pudesse, dava um murro na mesa e consertava o preço. Ele está mentindo. Ele pode consertar. É só reunir o conselho de Administração, o Conselho Nacional de política energética e dizer que não quer preço dolarizado”, afirmou na quinta-feira (31), em Salvador, onde participou da cerimônia de lançamento da pré-candidatura de Jerônimo Rodrigues (PT) ao governo da Bahia.
A política de preços da Petrobrás, que adota o chamado PPI (Preço de Paridade Internacional), consiste na equiparação dos preços dos derivados de petróleo no mercado interno à média praticada no exterior. Com isso, o preço dos combustíveis é influenciado, sobretudo, pela cotação do dólar e pelo valor do barril no mercado internacional.
“Não é pela guerra, é pela falta de capacidade do presidente da República, que não sabe governar. A única coisa que ele sabe fazer é fake news, é contar sete mentiras por dia, e o Brasil não suporta sete mentiras por dia”, enfatizou.
“As pessoas não podem pagar 10% do salário mínimo num botijão de gás”, afirmou. “O botijão [de gás] deveria ser distribuído e fazer parte da cesta básica porquê é uma coisa necessária para as mulheres pobres desse país. As pessoas estão se queimando porquê estão voltando a cozinhar com lenha, sem ter fogão a lenha”, disse.
“Ninguém deve acreditar que a gasolina está cara por causa da guerra na Ucrânia. Ninguém deve acreditar quando o presidente diz que, se pudesse, dava um murro na mesa e consertava o preço. Ele está mentindo. Ele pode consertar. É só reunir o conselho de Administração, o Conselho Nacional de política energética e dizer que não quer preço dolarizado”
Lula lembrou que o Brasil é autossuficiente na produção de petróleo e também poderia ser em derivados e exportar gasolina, se as refinarias iniciadas nos governos petistas tivessem sido concluídas e se não tivessem tantas empresas no Brasil – 392 – importando o combustível.
Ao falar do pré-candidato petista ao governo, Jerônimo Rodrigues, Lula recomendou que, caso eleito, ele deve priorizar os mais necessitados no governo. Segundo Lula, essa é a forma de recuperar a economia do país: pela inclusão dos mais pobres nas políticas públicas.
“Você não deixe o pobre por último no orçamento, porque se você for fazer o orçamento e atender todo mundo para deixar o pobre para o fim, quando chegar no pobre não tem mais dinheiro. Então, comece priorizando as pessoas mais necessitadas. Quem precisa do Estado não é o rico, são os pobres. Quando o pobre precisa de 10 reais, eles dizem que é gasto, quando o rico precisa de 1 bilhão, eles dizem que é investimento”, declarou, dando um recado para o governo Bolsonaro: “se não sabe governar, pede para ir no banheiro e não volta mais, deixa quem sabe governar”.
No evento, além de Jerônimo Rodrigues, também foi confirmado o nome do pré-candidato a vice-governador: Geraldo Júnior, atual presidente da Câmara dos Vereadores de Salvador.
O senador Otto Alencar (PSD-BA) é pré-candidato à reeleição na coligação formalizada entre PT, PSD, PSB, PV, PC do B e MDB.
O governador Rui Costa falou do apoio de seu antecessor, o senador e ex-governador Jaques Wagner. “Sete anos atrás, você me pediu ‘siga e faça mais do que eu consegui fazer’, foi o que tentei. Temos que mostrar ao Brasil que este Estado faz uma política de pé no chão, com humildade para dar oportunidade a todos”, destacou.
O senador Jaques Wagner frisou que a tarefa de reconstruir o Brasil, destruído pelo governo Bolsonaro, é um trabalho que precisará de todos. “O Brasil vem sendo desmontado há 3 anos e meio, com pobreza, fome, inflação. A imagem do Brasil lá fora jogada na lata do lixo”, disse em seu discurso.
O senador Otto Alencar fez um balanço da sua atuação no Parlamento e destacou sua lutou contra as “reformas” que penalizaram o trabalhador. “Como senador, lutei contra a reforma da Previdência que penalizou o trabalhador, lutamos, oferecemos emendas. Também contra a reforma trabalhista que precisa ser revista em vários pontos, como o trabalho intermitente que penaliza. A democracia é meu partido, a Constituição é meu respeito”, discursou o senador Otto.