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Dados do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (Sisab), do Ministério da Saúde, mostram que entre janeiro e novembro de 2022, 33,1% de bebês e crianças com até 11 anos atendidos em consultas na atenção básica pelo país não estavam com a vacinação em dia.
O ano de 2022 registra o maior percentual dos últimos cinco anos, quando o Brasil atingiu as mais baixas taxas de cobertura vacinal do calendário nacional de vacinação: 2018 – 29,6%, 2019 – 30,2%, 2020 – 30,8%, 2021 – 25,8%, 2022 – 33,1%, mostra a coluna de Carlos Madeiro no UOL.
O presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Juarez Cunha, explica que há várias causas para o fenômeno classificado como hesitação vacinal, quando há oferta de vacina, mas as aplicações não acontecem. Um dos motivos é a falta de conhecimento sobre as doenças.
“Em 2019 a Organização Mundial da Saúde já colocava como uma das dez ameaças à saúde global a hesitação vacinal. Umas das principais causas – e aqui cabe bem para a pólio – é a complacência. A falsa sensação de segurança para doenças que as pessoas nunca viram, não conhecem e acham que não precisam vacinar seus filhos e se vacinar. Pólio é um exemplo.”, acrescenta Cunha.
Deste 1973, com PNI (Programa Nacional de Imunizações), o Brasil é referência mundial em programas de vacinação. O SUS disponibiliza atualmente – de forma gratuita – mais de 30 imunizantes contra diversas doenças. São ofertadas pelo Programa 17 vacinas para crianças, 7 para adolescentes, 5 para adultos e idosos e 3 para gestantes.
Com o ataque à ciência e as mentiras difundidas durante o governo Bolsonaro, inclusive pelo próprio presidente, os bons índices obtidos pelas campanhas ocorrida nos períodos anteriores, vêm caindo de forma preocupante desde 2016.
“O grau de hesitação vacinal que está presente hoje na população não tem paralelo na história recente do país. Grupos antivacina foram acolhidos pelo governo federal. Grande parte da população acabou seguindo essas teses legitimadas pela instituição, pelo Ministério da Saúde”, disse ao g1 o novo Secretário de Atenção Primária à Saúde, do Ministério da Saúde, Nesio Fernandes.
Reverter esse quadro, aumentar a confiança da população sobre nas vacinas e ampliar os índices de vacinação são parte das metas do novo governo na área da saúde, segundo Fernandes.
No entanto, para 2023, o governo precisará superar alguns desafios porque o governo Bolsonaro não fez um planejamento para a reserva de compra de imunizantes para ampliar o estoque.
O número de doses para este ano é suficiente apenas para manter os atuais patamares, que não chegam a 75% em nenhum dos principais imunizantes. Para uma cobertura vacinal ampla, é preciso manter a taxa acima de 90%.