![](https://horadopovo.com.br/wp-content/uploads/2021/02/Metalurgicos-Sindmetau.jpeg)
Os trabalhadores metalúrgicos da Ford em Taubaté rejeitaram, nesta quarta-feira (3), uma proposta de indenização da montadora pelo encerramento das atividades no país. De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté (Sindmetau), os trabalhadores seguem com o objetivo de defender os empregos, buscando reverter a decisão da empresa de deixar o Brasil.
“É o emprego de pais e mães de famílias que está em risco. Vamos lutar até o último minuto para reverter essa situação”, afirmou o coordenador sindical na Ford, Sinvaldo Cruz.
A decisão foi tomada em assembleia, rejeitando por unanimidade a proposta apresentada pela empresa.
De acordo com Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o fim das atividades da montadora não ficará restrito aos empregos diretos na Ford, mas atingirá mais de 118 mil postos de trabalho em todo Brasil entre trabalhadores diretos e indiretos.
“Fizemos um pedido, e estamos aguardando um posicionamento da fábrica, para discutir com o presidente global da Ford. Porque ainda temos esperança de que possa ser revertido”, explicou Sinvaldo.
A proposta apresentada pela empresa estabelecia uma indenização de 1,1 salário por ano trabalhado para os funcionários horistas. Para os mensalistas, o valor seria de 0,7 salário por ano trabalhado. De acordo com o Sindmetau, nesses patamares a indenização ficaria abaixo dos valores que os funcionários receberiam até o fim deste ano, entre salários e benefícios.
O cálculo leva em conta que os trabalhadores e trabalhadoras na Ford têm estabilidade no emprego até 31 de dezembro. “Ou seja, seria como se a indenização fosse apenas a antecipação dos valores dos meses de fevereiro a dezembro. Mas o que os trabalhadores buscam neste momento não é uma indenização, mas sim a reversão da decisão da montadora”, explicou o representante sindical na Ford, Sidivaldo Borges.
No dia 11 de janeiro, a Ford anunciou que pretende encerrar a produção de veículos no Brasil com o fechamento das plantas de Taubaté (SP), Camaçari (BA) e Horizonte (CE).