O governo do estado de São Paulo recebeu do Ministério da Saúde, no início da noite de quinta-feira (7), o contrato para a compra de 46 milhões de doses da CoronaVac, vacina contra Covid-19 desenvolvida no Brasil pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac. Segundo o governador João Doria (PSDB), o acordo é de R$ 2,67 bilhões e foi firmado após o anúncio da eficácia de 78% do imunizante.
“O Ministério da Saúde encaminhou agora, às 19 horas, o contrato assinado eletronicamente para a aquisição das doses da vacina do Butantan, o que sempre desejamos, aliás. Desde 20 de outubro já deveríamos ter disponibilizado este contrato”, afirmou Doria, em referência ao que aconteceu em outubro, quando o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) desautorizou o ministro Eduardo Pazzuello de comprar a CoronaVac para ser distribuída no Plano Nacional de Imunização organizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
As 46 milhões de doses custarão R$ 2.677.200.000, ou R$ 58,20 por dose, preço semelhante ao que foi estabelecido na primeira intenção de compra do Ministério, em outubro. O acordo da dispensa de licitação para a compra da CoronaVac foi publicado no Diário Oficial da União.
De acordo com o contrato assinado pelo Ministério da Saúde com o Instituto Butantan, o governo federal ainda poderá adquirir outras 54 milhões de doses, num total de 100 milhões até o final de 2021.
Após o anúncio feito por Pazuello em entrevista coletiva, o governo federal publicou um extrato de dispensa de licitação para aquisição da vacina indicando a intenção de compra, no Diário Oficial da União da quinta-feira (7).
As doses são quase todas de produção nacional, do Butantan, e devem ser entregues em quatro lotes entre janeiro e abril:
• 1º lote: 8,7 milhões (6 milhões importadas e 2,7 nacionais) – entrega até 31/01
• 2º lote: 9.305.000 nacionais – entrega até 28/02
• 3º lote: 18.065.000 nacionais – entrega até 31/03
• 4º lote: 9.930.000 nacionais – entrega até 30/04
Data de vacinação em SP será mantida em 25 de janeiro
Em coletiva de imprensa realizada nesta sexta (8), o governador João Doria (PSDB) informou que pode até antecipar o cronograma e vacinar a sua população a partir de 20 de janeiro, caso seja esta a data oficial definida pelo Ministério da Saúde no programa nacional de imunização. Mas se o ministro Eduardo Pazuello decidir adiar a campanha para fevereiro, São Paulo seguirá seu próprio planejamento inicial.
Segundo o secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn, há precedentes que garantem essa autonomia. “Sempre, em todas as campanhas vacinais, especialmente na de gripe, o estado de São Paulo se antecipou ao programa nacional de imunização e iniciou a imunização com as devidas doses proporcionais na sua população. Não será diferente nesse momento”, disse.
“O que nós queremos é cronologicamente estarmos adaptados [ao programa do Ministério da Saúde e começar a vacinação] juntos. Mas se eventualmente precisarmos antecipar, assim o faremos, segundo a proporcionalidade de vacinas que serão distribuídas para
todo o País”, acrescentou o secretário.