O ministro do Turismo do governo Bolsonaro, Gilson Machado, vai para o Vaticano acompanhado por sua esposa e mais sete pessoas mesmo depois da reunião com o Papa Francisco ter sido cancelada.
A comitiva do ministro, cujos custos serão pagos pelo estado, também contará com um fotógrafo.
A audiência privada com o governo brasileiro estava marcada para o dia 9 de março, mas o Papa Francisco a cancelou.
Gilson Machado vai viajar para o Vaticano com seus acompanhantes no dia 16. O ministro vai participar, assim como milhares de fiéis e turistas, de uma audiência geral que o Papa Francisco fará na Praça de São Pedro.
Em sua agenda, a única atividade oficial será uma reunião com a Agência Oficial de Turismo do Vaticano.
O ministro não justificou o tamanho de sua comitiva e a companhia de sua esposa.
Ele fará como fez Mario Frias, secretário especial de Cultura, que passou cinco dias em Nova Iorque com a agenda quase vazia.
Suas passagens de classe executiva custaram R$ 26 mil e suas diárias foram de R$ 12,8 mil.
A viagem, que Frias disse ser “urgente”, serviu apenas para um encontro com o lutador de jiu-jitsu Renzo Gracie, onde conversaram sobre um documentário sobre sua vida.
Frias foi acompanhado do secretário-adjunto de Cultura, Hélio Ferraz de Oliveira, que gastou outros R$ 39 mil durante a viagem.
O ministro Gilson Machado e o secretário especial Mario Frias estão apenas seguindo o exemplo de Jair Bolsonaro.
Machado e Frias, entre outros, seguem o exemplo do chefe do Executivo. Além das férias, que já foram três desde dezembro, tendo uma delas custado R$ 900 mil aos cofres públicos, Jair Bolsonaro faz questão de levar seus filhos para as viagens internacionais.
Jair levou o vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro, para a Rússia porque ele “cuida das redes sociais”. Ele esteve acompanhado pelo menos um de seus filhos em 18 das 26 viagens internacionais que fez.
O Tribunal de Contas da União (TCU) está apurando os gastos de Jair Bolsonaro com o cartão corporativo. Entre 2019 e 2021, foram consumidos R$ 30 milhões no cartão.
Bolsonaro impôs sigilo sobre sua conta para tentar esconder a fatura, mas a Comissão de Transparência, Fiscalização e Controle do Senado Federal aprovou sua derrubada.