Campanha antecipada do governo provocou um congestionamento de 53 quilômetros nas rodovias Bandeirantes e Anhanguera nesta Sexta-Feira Santa e irritou quem queria descansar
Um passeio de moto de Bolsonaro e seus seguidores da capital paulista até Americana, no interior de São Paulo, provocou um congestionamento de 53 quilômetros nas rodovias Bandeirantes e Anhanguera nesta Sexta-Feira Santa por volta das 12h30. O fechamento da estrada irritou os paulistanos que saíam da capital. Um grande tumulto foi feito só para garantir uma atividade de campanha de Jair Bolsonaro.
QUEM QUERIA APROVEITAR A MANHÃ DO FERIADO NÃO CONSEGUIU
Como se já não bastasse, a irritação que o governo tem provocado na população brasileira, e de São Paulo, em particular, pelos aumentos seguidos no preço da gasolina, do diesel e do gás de cozinha, Bolsonaro resolve infernizar a vida de quem gostaria de aproveitar o feriado da Semana Santa para descansar um pouco.
O engarrafamento monstro provocado só para ele fazer campanha política, sem dúvida, foi mais uma provocação à população paulistana.
A Rodovia Bandeirantes teve um trecho bloqueado (do km 13, na capital paulista, ao km 134, em Santa Bárbara d’Oeste, no interior do Estado). A partir das 8h, o tráfego no sentido interior foi totalmente interrompido, incluindo todos os acessos à rodovia que fazem esse trajeto. Porém, a vinda à capital seguiu liberada. De acordo com a CCR AutoBan, por volta de 12h30 eram 34 km de lentidão na Anhanguera entre Campinas (kms 92 e 98), Jundiaí (kms 50 e 54) e Cajamar (entre kms 15 e 39). Na Bandeirantes, eram 19 km de congestionamento em Jundiaí (52 a 71).
Também houve interdição na Rodovia Luiz de Queiroz, que conecta a Bandeirantes à cidade de Americana, na sentido Anhanguera. No Rodoanel, o tráfego foi interrompido momentaneamente nos dois sentidos, na altura dos acessos à Bandeirantes, e liberado depois da passagem dos motoqueiros bolsonaristas.
UM MILHÃO FORAM GASTOS NA SEGURANÇA DO EVENTO
A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) informou, por nota, que será gasto cerca de R$ 1 milhão com o reforço no policiamento para o evento. “Um efetivo de mais 1.900 policiais militares será empregado na operação ao longo de todo o percurso para proteger as pessoas, preservar patrimônios e garantir o direito de ir e vir, bem como o de livre participação no ato e a fluidez no trânsito”, diz o texto.
Sem falar dos problemas do país, nem responder sobre os escândalos de corrupção do MEC, envolvendo pastores ligados ao Planalto, Bolsonaro discursou em Americana e atacou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Não vai ser cumprido esse acordo que por ventura eles tenham feito com o Brasil”, disse o presidente, numa referência aos acordos do tribunal com as plataformas digitais para evitar fraudes nas eleições.
“Isso que o WhatsApp está fazendo no mundo todo… Sem problema. Agora, abrir uma excepcionalidade para o Brasil? Isso é inadmissível, inaceitável e não vai ser cumprido esse acordo que por ventura eles tenham feito com o Brasil, com informações que eu tenho até o presente momento”, declarou Bolsonaro na motociata.
Em reunião no fim do ano passado, Will Catchart, presidente-executivo do WhatsApp, informou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de que não faria mudanças significativas na plataforma durante o período eleitoral no Brasil. O segundo turno está marcado para 30 de outubro.
DISCURSO EM AMERICANA: ATAQUES AO TSE
Nas eleições de 2018, o Whatsapp foi utilizado por apoiadores de Bolsonaro para o disparo em massa de ataques de ódio e fake news, com sistemas automatizados contratados por empresas, o que viola os termos de uso do aplicativo. A empresa admitiu o problema pela primeira vez um ano depois.
O objetivo de Bolsonaro com esse tipo de fala é afrontar o TSE, fazer campanha antecipada, como a motociata desta sexta-feira (15), e outras atividades, manter a atuação criminosa de suas milícias digitais e ficar livre e solto para desenvolver sua campanha de ódio e mentiras na campanha deste ano. Foi com este tipo de atuação que ele chegou ao Planalto em 2018.
Na mesma semana em que Bolsonaro decretou sigilo de 100 anos para seus encontros no Planalto com pastores que cobravam propinas no Ministério da Educação, e com seus filhos que vivem conspirando contra a democracia, Bolsonaro disse em seu discurso que a participação na motociata tinha sido boa porque a população quer democracia, liberdade, respeito e transparência.
Disse que o povo quer liberdade total de ir e vir. Mas milhares de paulistanos estavam presos no trânsito por conta de sua demagogia.
só pra registrar a Black Skull tem “negócios” com a policia e exercito brasileiros ha muito teempo, bem antes do bolsonaro aparecer na mídia. Inclusive existe uma linha de produtos da black skull cuja parte das vendas são doadas pros veteranos do bope. Que tal parar de por a culpa do mundo no Bolsonaro e investigar antes? faz assim investiguem sobre a entrada do fisiculturismo no grupo de esportes olimpicos e bolsa atleta. Comecem por aí – essa fraude foi finalizada gracas ao bolsonaro pois eu mesma denunciei pra ele pessoalmente, ou melhor, digitalmente. quem apoia bandido, bandido é…
Não entendemos a sua preocupação em registrar que a Black Skull “tem ‘negócios’ com a polícia e exército brasileiros há muito tempo”. Aliás, nem entendemos a sua preocupação com a Black Skull, pois a matéria não é sobre isso. Mas, a nós, basta a última parte do seu comentário: “essa fraude foi finalizada graças ao Bolsonaro pois eu mesma denunciei pra ele pessoalmente, ou melhor, digitalmente. quem apoia bandido, bandido é…”. Também achamos.