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Após um dos anos mais catastróficos do país em termos ambientais, em que o país registrou números recordes de incêndios e desmatamento na Amazônia e outros biomas, o vice-presidente Hamilton Mourão anunciou na quarta-feira (10) que o governo vai retirar da Amazônia os efetivos das Forças Armadas que atuam no combate ao desmatamento na região.
Segundo a anúncio de Mourão na 4ª reunião do Conselho Nacional da Amazônia Legal (CNAL), que é presidido por ele, as ações de fiscalização de incêndios e desmatamento passarão a ser de responsabilidade de efetivos do Ibama, ICMBio, Funai, Incra, e da Polícias Federal e Rodoviária Federal.
Além disso, a partir de 1º de maio, a fiscalização se limitará a apenas 11 cidades de quatro Estados Amazônicos.
No final do ano passado, dados do Inpe registraram o maior aumento do desmatamento da Amazônia em 12 anos, além disso, desde que assumiu o governo, Bolsonaro vem promovendo um verdadeiro desmonte no Ibama, ICMBios, Funai, Incra e Inpe. Apenas em 2019, o orçamento do Ibama sofreu um corte de 31%, além de substituições e remanejamentos de servidores experientes que promoveram um verdadeiro enfraquecimento das agências ambientais.
O aumento dos incêndios e desmatamento registrados em 2020 ocorreram mesmo com a presença do Exército na floresta na Operação Verde Brasil, que termina no dia 30 de abril.
Também participaram da reunião, onde foi apresentado o novo Plano Amazônia 21/22, em substituição à Operação Verde Brasil 2, os ministros da Economia, Paulo Guedes, do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e Damares Alves, do Ministério da Mulher, Família e dos Direitos Humanos.
Para Mourão, o risco de a região ficar desprotegida com a desmobilização de parte do efetivo das Forças Armadas é pequeno, já que cada ministério terá tempo para se preparar.
O vice-presidente também aventou a possibilidade da contração de profissionais terceirizados, mesmo tendo afirmado que essas contrações são complicadas por terem que passar pela área econômica do governo.
“Não temos ainda sequer o Orçamento aprovado […] Mas a questão da contratação de temporários vai ser estudada também pelos ministérios, que podem chegar à conclusão de que, com o pessoal de que já dispõe, têm condições de cumprir sua tarefa”.
Sobre a afirmação de Bolsonaro, na terça-feira (9), de que não existem “condições econômicas de atender essa área (a floresta amazônica)”, o vice-presidente apresentou como solução a “ajuda” de outras nações, que estariam interessadas em atuar na Amazônia.