O comentarista Adrilles Jorge foi denunciado pelo Grupo Especial de Combate aos Crimes Raciais e de Intolerância (Gecradi) do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) pelo gesto nazista feito durante um programa da Jovem Pan, em fevereiro deste ano.
Durante o programa, Adrilles se mostrou contrário às críticas ao apresentador de podcast Monark, que havia defendido a existência de um partido nazista e no encerramento da atração, ele fez uma saudação nazista. O gesto do comentarista foi rechaçado pelo público nas redes sociais.
O Ministério Público diz que Adrilles praticou, induziu e incitou a discriminação e o preconceito de raça, sob a forma de saudação nazista. O comentarista nega.
O MP também levanta na denúncia outras falas de Adrilles durante o mesmo programa, como o momento em que ele diz que o “comunismo é pior que o nazismo e também deveria ser proibido”.
“Não se trata de analisar o mérito dos argumentos, mostrando-se irrelevante qualquer discussão ideológica no âmbito do direito penal, sendo certo que o contexto guarda relevância tão somente para evidenciar que o gesto é uma saudação nazista, a qual encontra subsunção penal em razão do conteúdo inerente, cujo significado era de pleno conhecimento do ora denunciado ao tempo da conduta”, diz a denúncia.
O MP analizou os 60 programas que Adrilles participou na Jovem Pan. Em 54 deles, o comentarista não se despediu do público e permaneceu debatendo com colegas ou olhando para as câmeras. Em outros 3, ele se despediu abaixando a cabeça e em outros dois, ele disse “tchau” e fez um aceno de despedida.
Para o Ministério Público, perceber o comportamento de Adrilles nos outros programas, permitiu concluir que o gesto feito por Adrilles em 8 de fevereiro de 2022 “não se tratou, em absoluto, da maneira usual de despedida do denunciado no programa de televisão”.
O MP ainda colocou na denúncia o parecer técnico de uma antropóloga reconhecendo no gesto praticado, a saudação nazista.