Seis policiais militares ligados a Ronnie Lessa, homem apontado pelo Ministério Público como responsável pelos homicídios da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, são alvos de uma operação no Rio de Janeiro nesta quinta-feira (7).
A ação foi deflagrada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro com apoio da Corregedoria da Polícia Militar e tem como objetivo cumprir 21 mandados de busca e apreensão.
De acordo com nota da Polícia Civil do Rio, “esta ação é um desdobramento do inquérito que investiga a morte da vereadora Marielle e de seu motorista Anderson”.
De acordo com a “GloboNews”, os alvos da operação tinham ligação com Lessa para a venda de armas, drogas e máquinas caça-níqueis.
Em um dos endereços, a corregedoria da PM e os policiais civis encontraram armas e uma quantia de dinheiro em espécie.
Os supostos crimes praticados por esse grupo foram descobertos pelos investigadores durante o inquérito que apurava os assassinatos, resultando, em março de 2019, na prisão de Lessa, um ano após os homicídios da vereadora e do motorista dela.
Segundo as investigações, esses seis PMs, que não teriam envolvimento nas mortes de Marielle e Anderson, participariam como Lessa de um esquema de compra e venda de armas, máquina caça-níqueis e drogas. Em um dos endereços, alvo da operação, foram apreendidos dinheiro e armas. Cerca de 100 policiais participam da ação.
“Esta ação é um desdobramento do inquérito que investiga a morte da vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes. Essa diligência não corresponde à elucidação do crime principal, e sim de crimes identificados ao longo do processo que corre em sigilo”, esclareceu a corporação.
Em uma investigação recente da PF do Rio, que desencadeou a operação Heat, Lessa foi apontado com homem que comprava armamento nos Estados Unidos. O material chegava ao Brasil através de contêineres e posteriormente distribuído para traficantes e milicianos.
Segundo o órgão, aproximadamente 50 policiais, membros do Gaeco/MPF e agentes norte-americanos cumpriram sete mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão na operação Florida Heat — nomeada em referência ao estado onde “as armas eram enviadas ao Brasil pelo grupo criminoso”.
“As investigações, que já duram cerca de dois anos, desvendaram a existência de um grupo responsável pela aquisição de armas de fogo, peças, acessórios e munições nos EUA e, posterior, envio ao Brasil”, disse a PF na ocasião.
Ainda segundo as investigações da Polícia Federal, o dinheiro para a compra dessas armas era feito através de doleiros. A operação Heat, deflagrada em 15 de março deste ano, prendeu outros suspeitos de fazerem parte do esquema do PM reformado, e fez cumprir o mandado de prisão contra o próprio Lessa dentro do presídio.