Jair Bolsonaro recebeu na quinta-feira (4), no Palácio do Planalto, os dirigentes nacionais do PRB, PSD, PSDB, DEM, PP e MDB para tentar convencê-los a aprovar seu projeto de desmonte da Previdência. Muita conversa, muito cafezinho, mas nenhum partido, nem mesmo o DEM, que tem três ministérios, assumiu compromisso claro de fechar questão pela aprovação da proposta.
Gilberto Kassab, presidente do PSD, disse após a reunião que “em relação às bancadas, o partido não fechará questão. Na entrevista, ele afirmou que “haverá um esforço no sentido de mostrar aos parlamentares a importância delas (reformas) para o Brasil”. “Mas, os deputados do PSD ficarão livres para votar como acharem melhor”, acrescentou Kassab.
O presidente do PRB, Marcos Pereira, afirmou que a conversa que teve com Jair Bolsonaro não levará o partido a fechar questão a favor da reforma da Previdência no Congresso. Perguntado se a reunião com Bolsonaro faria o partido apoiar a proposta, Marcos Pereira respondeu: “De jeito nenhum”. “Isso nem foi discutido na bancada ainda”, observou.
Geraldo Alckmin, por sua vez, nem aventou a possibilidade. Ele disse que “a bancada do partido preza por justiça social, sem privilégios e com proteção aos mais pobres, além de também zelar pela responsabilidade fiscal”. “O PSDB tem uma postura de independência em relação ao governo, não há nenhum tipo de troca, não participaremos do governo, não aceitamos cargo no governo e votamos com o Brasil”, afirmou. “BPC somos contra, como também a questão rural. Se há uma diferença de idade na área urbana, por que não há na área rural?”, acrescentou
ACM Neto, presidente do DEM, desconversou quando perguntado sobre o fechamento de questão pelo partido. “O fechamento de questão sobre a reforma, acho que tem relação direta com o texto que será votado no plenário da Câmara dos Deputados”, disse. “É claro que, se o texto que for votado no plenário tiver o apoiamento majoritário do partido, nós podemos, sim, avançar para propor o fechamento de questão em torno da reforma da Previdência”, acrescentou.
Romero Jucá, que participou de todos os governos até agora, informou que “o MDB não quer ser base do governo. “O MDB quer ter uma agenda, nós queremos mais, nós queremos ter o resultado do trabalho conjunto entre o MDB e o governo”, disse. Jucá relatou que defendeu diante do presidente a criação de uma “agenda econômica e social”, com a qual o MDB poderá votar projetos de interesse do governo. Sobre fechamento de questão, nenhuma palavra.
Ciro Nogueira, presidente do PP, afirmou que alguns pontos foram levantados pelo partido como a retirada do texto de mudanças na aposentadoria dos trabalhadores rurais e BPC. Segundo ele, se as mudanças forem confirmadas, o partido poderá aprovar a proposta. “O Progressistas tem emplacado uma luta para que se retire do texto mudanças nas aposentadorias dos trabalhadores rurais e BPC. É importante que os mais pobres não sejam penalizados pela reforma”, disse.