O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu mais 15 dias para que a Polícia Federal investigue o bolsonarista Ivan Rejane Fonte Boa Pinto, que ameaçou o ex-presidente Lula, outros políticos e os ministros da Corte em vídeo publicado nas redes sociais.
A decisão atende ao pedido feito pela PF para que seja possível completar a perícia dos equipamentos eletrônicos de Ivan e poder fortalecer a investigação. Durante o depoimento, ele ficou em silêncio e não respondeu nenhuma pergunta.
Ivan Pinto foi preso em julho depois de ter postado um vídeo fazendo ameaças abertas a políticos da oposição ao governo Bolsonaro e aos ministros do STF.
Alexandre de Moraes observou que ele “utiliza suas redes sociais e aplicativos de mensagens para propagar e arregimentar pessoas para seu intento criminoso”.
A PF disse que o discurso violento de Ivan pode gerar “atos extremos contra a integridade física de pessoas politicamente expostas”.
No vídeo, ele disse que vai “mostrar o que vamos fazer com” o ex-presidente Lula caso ele ande na rua. “Anda com segurança armada até o talo, que nós da direita vamos começar a caçar você, essa Gleisi Hoffmann, esse Freixo frouxo do caralho, todos esses que te cercam, vagabundo”.
“Se eu fosse você, Barroso, Fachin, Fux, Moraes, Lewandowski, Mendes, eu ficava nos EUA, em Portugal, na Europa, até vocês duas, vadias, Cármen Lúcia e Rosa Weber, sumam do Brasil, nós vamos pendurar vocês de cabeça para baixo. (…) Nós cidadãos de bem não toleramos gente escrota como vocês”, continuou.
Apoiador de Bolsonaro, Rejane foi candidato a vereador pelo PSL (ex-partido do chefe do Executivo) em Belo Horizonte, em 2020, e teve apenas 189 votos, com o nome de Ivan Papo Reto.