Ação cumpriu 6 mandados de busca e apreensão no Pará, Mato Grosso e Distrito Federal. Tentativa de ação terrorista de bolsonaristas ainda não foi desvendada completamente
A PF (Polícia Federal) deflagrou, nesta quinta-feira (6), operação para investigar os financiadores dos atos de invasão ao Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília, ocorrido em dezembro de 2022.
A ação apura, ainda, possível conexão com os envolvidos na tentativa de atentado à bomba nas proximidades do mesmo aeroporto, também ocorrido em dezembro do ano passado.
De acordo com a PF, o inquérito se refere a atos praticados dias 2 e 8 daquele mês, quando várias pessoas invadiram a área de acesso restrito e adjacências do local, causando série de transtornos à segurança aérea e ao serviço aeroportuário.
AÇÃO DA PF
A ação cumpre 6 mandados de busca e apreensão no Pará, em Mato Grosso e no Distrito Federal.
Os envolvidos são investigados pelos crimes de atentado contra a segurança de transporte marítimo, fluvial ou aéreo, crime de atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública e associação criminosa — todos previstos no Código Penal.
Em maio, o juiz Osvaldo Tovani, da 8ª Vara Criminal de Brasília, condenou três dos envolvidos no atentado a bomba. De acordo com a decisão, George Washington de Oliveira Sousa e Alan Diego dos Santos Rodrigues deverão cumprir penas, respectivamente, de 9 anos e 4 meses, e de 5 anos e 4 meses, inicialmente em regime fechado.
Ambos estão presos preventivamente pelo crime. Em relação a Wellington Macedo de Souza, que está foragido, o processo foi desmembrado.
PERIGO À VIDA, INTEGRIDADE FÍSICA E PATRIMÔNIO DAS PESSOAS
Para o magistrado, Wellington, George e Alan expuseram a perigo a vida, integridade física e patrimônio das pessoas, ao colocarem dinamite ou substância de efeitos análogos em caminhão-tanque carregado de combustível.
Ele pontuou, ainda, que as investigações da PCDF (Polícia Civil do Distrito Federal) mostraram que os três se encontraram “durante as manifestações contrárias ao resultado das eleições presidenciais, em frente ao QG (Quartel-General) do Exército, quando decidiram se unir para praticar os delitos”.
Conclusão: houve planejamento. Eles tiveram tempo e condições para rever a decisão, todavia, mantiveram o plano terrorista, que se tivesse dado certo iria causar perdas de muitas vidas humanas, muitos prejuízos manterias e financeiros e o caos.
COMOÇÃO SOCIAL E ESTADO DE SÍTIO
“O objetivo dos denunciados era cometer infrações penais que pudessem causar comoção social a fim de que houvesse intervenção militar e decretação de Estado de Sítio”, escreveu Tovani, na sentença.
Para tanto, George transportou, em 12 de novembro, da cidade natal no Pará, diversas armas de fogo, dinamite, acessórios e munições.
“O propósito dele seria distribuir os armamentos a indivíduos dispostos a usá-los no cumprimento de seu intuito: garantir distúrbios sociais e evitar a propagação do que ele denomina como comunismo”.
DETONAÇÃO EM LUGARES PÚBLICOS
Em frente ao QG, em 23 de dezembro, George, Alan, Wellington e outros manifestantes não identificados elaboraram o plano de utilização de artefato explosivo para detonação em lugares públicos, segundo o inquérito.
Naquele mesmo dia, George teria conhecido indivíduo que lhe forneceu controle remoto e 4 acionadores, instrumentos colocados nas dinamites para produção da bomba, que foi usada para tentativa de cometimento de ato de terror.
Mas, felizmente, por incompetência dos terroristas bolsonaristas, não tiveram êxito.
M. V.