Servidores da segurança pública de todo o Brasil fizeram mais um protesto contra as medidas do Governo Federal que tiram direitos dos servidores e o que as entidades representativas do segmento classificam como “retrocesso” e “traição de Bolsonaro”.
Em repúdio à PEC 186, chamada de “PEC do arrocho”, que já foi promulgada no Congresso, e a PEC 32, da reforma administrativa, policiais e demais servidores da segurança cruzaram os braços, de forma simultânea, em todas as unidades do país, entre 15 e 16 horas, e protestaram em frente às delegacias, postos e sedes de PC.
O protesto foi denominado de “Lockdown da Segurança Pública”, e os manifestantes portavam camisetas e faixas com a #PoliciaisSaoEssenciais.
A manifestação foi convocada pela União dos Policiais do Brasil (UPB), que reúne mais de 20 entidades representativas de carreiras da segurança pública.
“O objetivo da manifestação é chamar a atenção da sociedade e das autoridades para os inúmeros retrocessos que a categoria vem sofrendo com seguidas propostas do governo federal contra os servidores públicos”, afirma a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Judiciária.
Para Luís Antônio Boudens, presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), que integra a UPB, se a reforma administrativa “for aprovada sem modificações, estaremos totalmente desintegrados para enfrentar a fase seguinte, de regulamentação no Congresso Nacional”.
Segundo as entidades, a retirada dos direitos dos servidores públicos pelo Governo Federal começou com a reforma da Previdência, se estende agora com a PEC Emergencial, que propõe congelamento de salários e impede novas contratações, e a reforma administrativa, que tramita do Congresso, que prevê o fim da estabilidade do servidor público, extinção de cargos de chefia por decreto, entre outras perdas.
“Os policiais de todas as categorias da segurança pública, por todo território nacional, deram uma grande demonstração de união e de mobilização, e, mais do que isso, de forte coordenação em torno dos objetivos que buscamos, principalmente nesse momento, no tocante à reforma administrativa que promove um grande desmonte dos serviços públicos, entre os quais os da segurança que são tão essenciais para proteger o cidadão e a sociedade, e que já se encontram tão precarizados”, afirmou o presidente da COBRAPOL, André Luiz Gutierrez.