Policiais condenam proposta do governo de conceder apenas 5% de reajuste, além de descumprir promessa em relação à reestruturação da carreira
Indignados com o recente anúncio do governo de reajuste de 5% aos servidores federais, os funcionários da segurança pública estudam deflagrar um movimento nacional em repúdio à medida e até uma greve a partir da próxima semana.
“Houve uma revolta generalizada com o anúncio do governo. Diante disso, colocamos a orientação aos 27 sindicatos que convoquem as respectivas bases para uma articulação conjunta com as outras forças (policiais), para que estejam em estado de alerta e de prontidão para possíveis desdobramentos da próxima semana”, afirmou o presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Marcus Firme dos Reis.
Segundo ele, a decisão sobre a paralisação nacional vai ocorrer na assembleia-geral extraordinária, convocada para amanhã (terça-feira, 19), com os presidentes de todos os sindicatos que compõem a federação. Temendo o forte movimento dos policiais, o governo marcou uma reunião com a categoria nesta segunda-feira (18).
A divulgação do aumento de apenas 5% nos salários, com uma inflação batendo a casa de mais de 10% e a alta no preço da cesta-básica atingindo 21%, revoltou não apenas os profissionais da segurança pública, mas o conjunto dos servidores. Para os policiais, no entanto, o baque da notícia foi ainda maior, já que havia uma promessa de reestruturação de carreira da categoria feita por Bolsonaro em dezembro.
Em nota, na semana passada, a Fenapef afirmou que o anúncio representa quebra de compromissos de Bolsonaro assumidos ainda durante a campanha eleitoral.
“Devemos lembrar que o governo foi eleito com a promessa de que valorizaria os profissionais de segurança pública e, até então, os profissionais dessa área, tão utilizada pelo governo e, em especial pelo próprio presidente em suas propagandas na apresentação dos recordes alcançados, foi incapaz de promover qualquer modificação estrutural ou a reestruturação da carreira”.
“Declaramos o nosso apoio a todas as carreiras do serviço público, mas temos obrigação de manifestar a nossa profunda decepção com mais essa promessa que estaria prestes a ser descumprida, fato que, caso confirmado, certamente provocará uma crise sem precedentes na Polícia Federal”, disse a entidade.