O deputado Nereu Crispim (PSD-RS), presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas, denunciou o ‘teatro’ de Bolsonaro e criticou nesta sexta-feira (13) a iniciativa de tentar segurar o preço dos combustíveis pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo ele, trata-se de uma “mentira deslavada” e uma “hipocrisia eleitoreira” porque o próprio Bolsonaro é o responsável pela crise.
“A União, por seu representante, o presidente da República Jair Bolsonaro, monta mais uma peça do teatro da Petrobras, usando ministros de fantoches, na tentativa de justificar o que não tem responsabilidade para resolver”, afirma.
Segundo ele, o presidente “chegou tarde” porque os próprios caminhoneiros já acionaram a via jurídica.
“O que todos já sabemos é que isso não passa de uma ação para ganhar tempo e escolher outro fantoche para boi de piranha, para justificar sua incompetência e promessa não cumprida”, diz.
As declarações de Crispim ocorrem após o anúncio feito na segunda-feira (9) de mais um aumento no preço do diesel, que no governo Bolsonaro já acumula uma alta de 96% nos postos, e as recentes falas do governo de que pretende privatizar a Petrobrás.
O presidente da Frente dos Caminhoneiros disse que o anúncio de privatização da Petrobrás é uma “cortina de fumaça” para encobrir as promessas que fez à classe e não foram cumpridas por Bolsonaro. “Isso é mais uma cortina de fumaça para justificar a falta de vontade, incompetência e mentira do Bolsonaro em relação ao que ele se comprometeu lá em 2018 quando teve a paralisação dos caminhoneiros”, diz Crispim. “É só para ganhar tempo”, afirmou.
Crispim afirma que Bolsonaro praticou um “teatro” ao exonerar o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, após o anúncio de novos reajustes nos valores praticados pela companhia em suas refinarias. Agora as atenções se voltam ao presidente da estatal, José Mauro Ferreira Coelho. Indicado por Albuquerque, Ferreira Coelho assumiu a companhia há um mês e pode ser trocado na próxima assembleia de acionistas da companhia.
“Os ministros e presidentes da Petrobras são, na verdade, fantoches, que fazem exatamente o que o Bolsonaro e o [ministro da Economia] Paulo Guedes projetam de políticas de preços para a Petrobras. A cada aumento de preço, ele arruma um fantoche para fazer de ‘boi de piranha’. Como ele não poderia responsabilizar o presidente da Petrobras neste momento, resolveu responsabilizar o ministro Bento, mesmo que esse tenha cumprido com as determinações do Bolsonaro em um cabresto”, diz o parlamentar.