Em assembleia na terça-feira (12), os servidores do Banco Central decidiram manter a greve da categoria, já que não houve avanços nas negociações entre a diretoria do órgão e o governo com o sindicato.
Os funcionários do BC estão em greve desde o dia 1º de abril, e uma reunião com o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, com a direção do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), que estava marcada para a segunda ou terça-feira (12), não aconteceu. A categoria, que luta contra o desmonte dos órgãos públicos promovido pelo governo Bolsonaro, reivindica recomposição salarial de 26,3%, reestruturação de carreira e concurso público, entre outras demandas.
A continuidade da greve foi aprovada por 80% dos 1.300 servidores que participaram da assembleia, além disso, desde dezembro do ano passado, a categoria tem levado a cabo um movimento inédito de entrega de cargos comissionados no órgão.
Segundo nota do sindicato, “a manutenção de um movimento forte é motivada, em especial, pela postura omissa e intransigente das instâncias decisórias do governo”.
O sindicato lembra também que “a busca por interlocução com o BC e outros órgãos do Executivo em relação à recomposição salarial começou ainda em 2021. Já no que se refere ao aspecto não remuneratório, há itens que constam da pauta da categoria há mais de uma década, como é o caso do nível superior para os Técnicos”.
Sobre a reunião que estava marcada e não aconteceu, o presidente do Sinal, Fábio Faiad informou que “de última hora, o BC passou a prever na agenda da diretora de Administração, Carolina de Assis Barros, uma reunião das 11h às 12h de terça com os sindicatos que representam os servidores do órgão”, mas, segundo Faiad, “a reunião não avançou em nada e serviu apenas para a diretora informar que não haveria mais a conversa com Campos Neto até que tivesse uma sinalização mais concreta de proposta para as demandas da categoria”.
“O Banco Central que tanto fez e faz pelo país – como os recentes Pix e o Open Banking -, mesmo com um efetivo reduzido, passa hoje pelo maior processo de desvalorização de sua história”, diz o sindicato.
A paralisação dos servidores do BC já atinge vários setores do órgão. Segundo a Associação Nacional de Analistas do Banco Central (ANBCB), que iniciou na terça-feira a divulgação de um relatório diário sobre os impactos da greve, diversos indicadores e relatórios da autarquia e dados do fluxo cambial, entre outras operações, foram afetadas pela greve.