Está previsto para amanhã o repasse pela Presidência da Câmara dos Deputados ao Senado dos EUA do processo de impeachment do ex-presidente Donald Trump. Ele é acusado de ser o responsável pela tentativa fracassada de golpe no dia 6 de janeiro, data em que a vitória do democrata Joe Biden estava programada para ser ratificada em sessão conjunta das duas casas legislativas norte-americanas.
A previsão é de que ele terá seu julgamento no Senado – como manda o rito processual de impeachment nos EUA, iniciado na segunda semana de fevereiro, mais precisamente no dia 8, conforme acordo entre os parlamentares democratas e republicanos.
O impeachment de Trump foi aprovado na Câmara por 232 votos a favor e 197 contra.
Entre os integrantes do partido de Trump, os republicanos, houve 10 votos a favor do impeachment enquanto quatro preferiram se abster.
A decisão aconteceu no dia 13 deste mês. A resolução de quatro páginas teve como base as próprias declarações de Trump incitando seus seguidores mais afeitos a um putsh fascista a invadiram, como acabaram fazendo, o prédio do Congresso norte-americano, o Capitólio.
Segundo os termos da Resolução de Impeachment, por “graves crimes e contravenções” no desenrolar da invasão desencadeada após Trump ter “incitado” seus seguidores “à insurreição contra o governo dos EUA”.
Naquele dia, Trump insistia – desde que os resultados eleitorais favoráveis a Biden começaram a surgir, na narrativa de que a “eleição foi roubada”, movendo dezenas de processos contra os resultados nos Estados onde foi derrotado. O ex-presidente açulou: “Vamos marchar ao Capitólio e mostrar força e lutar como o inferno”.
A invasão resultou em cinco mortes. Os deputados e senadores ameaçados pela turba foram levados, sob proteção policial, a uma ala do Congresso onde estariam a salvo. O vice-presidente até a posse de Biden e presidente do Senado, Mike Pence, que se negara a apoiar a farsa golpista de Trump, passou perto de um bando dos golpistas que gritavam “enforquem Pence”.
O líder da atual maioria democrata no Senado, Chuck Schumer, informa que o cronograma do julgamento de Trump foi estabelecido para que o Senado possa debater outros temas, como os votos de confirmação para as nomeações do gabinete do presidente Joe Biden e a mobilização nacional pela vacinação em massa proposta pelo novo governo para conter a propagação do Covid-19 que, durante o governo Trump, tornou os EUA no epicentro mundial da pandemia.