Boletim do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgado em outubro, mostra que mais de 60% das negociações coletivas não tiveram aumento acima da inflação no mês de setembro. Em 38% dos acordos houve resultados iguais ao índice inflacionário e em 22,4%, abaixo dele.
De acordo com o Dieese, após o mês de julho – que registrou o pior resultado do ano, com 61,08% das negociações abaixo da inflação oficial – os índices devem ser mantidos ou apresentar alguma melhora até o final do ano, uma vez que categorias com maior poder de negociação, como metalúrgicos, químicos, têxteis e comerciários, estão em campanha salarial.
Cesta básica
Ao passo que mais da metade dos acordos não conquistam aumento real, em outro levantamento o Dieese mostra que o valor do conjunto dos alimentos básicos aumentou em 12 das 17 capitais pesquisadas. Entre setembro e outubro, as altas mais expressivas ocorreram em Porto Alegre (3,34%), Campo Grande (3,17%), Vitória (3,14%), Rio de Janeiro (3,10%) e Curitiba e Goiânia (ambas com 2,59%).
Porto Alegre foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 768,82), seguida por São Paulo (R$ 762,20), Florianópolis (R$ 753,82), Rio de Janeiro (R$ 736,28) e Campo Grande (R$ 733,65).
Em 2022, o custo da cesta básica apresentou elevação em todas as cidades, com destaque para as variações acumuladas em Campo Grande (14,39%), Goiânia (13,15%), Porto Alegre (12,58%), Brasília (12,47%) e Curitiba (10,80%). Rio de Janeiro teve uma variação acumulada de 10,51% e São Paulo de 10,38%.