Sindicatos e centrais sindicais, reunidos na sexta-feira (8), no Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos, lançaram o Movimento Popular Contra a Carestia.
Com iniciativa da Força Sindical regional, o Movimento, que reúne também associações de moradores e representante de igreja protestante tem por objetivo denunciar os altos preços dos alimentos que estão levando milhares de pessoas à fome e à insegurança alimentar.
“Hoje, o que pesa mais é o custo da cesta básica. Mas o gás de cozinha também sacrifica o orçamento doméstico”, afirma o dirigente metalúrgico José Barros da Silva Neto. “A próxima reunião será no Sindicato dos Condutores, filiado à CUT. Mas queremos mais. Queremos trazer as associações de moradores, os movimentos populares, as igrejas e também os microempresários, porque o custo de vida castiga todos”, ressalta.
A reunião foi aberta com exposição do economista Rodolfo Viana, do Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicas (Dieese), que destacou a elevação nos preços de produtos básicos. “Até 2019, os custos da cesta básica, gás e combustíveis consumiam 73% do valor do salário mínimo. Atualmente, consomem 99%. A perda do poder aquisitivo é muito alta”, frisou Viana.
O Brasil tem um histórico importante de lutas contra a carestia. Nas décadas de 1970 e 1980, o movimento contra a alta no custo de vida foi muito importante para o enfraquecimento da ditadura militar e para elaboração políticas públicas indispensáveis à população, dentre elas o nosso Sistema Único de Saúde (SUS), e contou com uma ampla participação da sociedade civil, incluindo igrejas e entidades da classe média.
O próximo encontro está marcado para a quinta-feira (14), para definir as ações e locais de protestos contra a alta no custo de vida.