São quase 500 páginas, entre relatórios e representações policiais, decisões judiciais e depoimentos
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu tornar público na quarta-feira (26), o sigilo da investigação da Polícia Federal sobre a participação do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e outros agentes públicos na exportação ilegal de madeira.
O inquérito da Polícia Federal, que foi entregue na semana passada ao Supremo Tribunal Federal, aponta ‘fortes indícios’ de envolvimento do ministro do Meio Ambiente na facilitação do contrabando de madeira. Alexandre de Moraes tornou material público depois que parte dele veio a público na semana passada com a Operação Akuanduba.
No despacho que tornou o material público, Alexandre Moraes afirma que parte da documentação já havia sido divulgada na semana passada com a abertura da Operação Akuanduba, da Polícia Federal que fez buscas nos imóveis de Salles e afastou o presidente do Ibama, Eduardo Bim, por 90 dias.
O inquérito contém quase 500 páginas, entre relatórios e representações policiais, decisões judiciais e termos de depoimento. “É certo que o objeto da investigação conduzida nestes autos é de conhecimento público, circunstância que, neste caso específico, reforça a necessidade do levantamento parcial do sigilo”, escreveu o ministro.
Entre o material tornado público está a representação da PF que acusou ‘fortes indícios’ de envolvimento de Salles em irregularidades e apontou operações financeiras ‘suspeitas’ do ministro do Meio Ambiente. No mesmo documento, a Polícia Federal também cravou que as provas reunidas na investigação já são suficientes para enquadrar Eduardo Bim pelos crimes de facilitação ao contrabando e advocacia administrativa.
Ricardo Salles, que se reuniu com madeireiros ilegais e foi flagrado com movimentações financeiras suspeitas em um escritório de advocacia do qual é sócio, foi denunciado pelo delegado da PF, Alexandre Saraiva, nega irregularidades e diz que Moraes foi ‘induzido ao erro’ ao autorizar a operação, classificada por ele como ‘exagerada’ e ‘desnecessária’.
O Ibama alega que o inquérito é uma ‘farsa’ e que o delegado Franco Perazzoni, responsável pelo caso, dirigiu depoimentos de servidores ‘engajados politicamente’ e ‘forjou uma falsa narrativa’. Norma do Ibama deixando de exigir documentação do órgão para exportação de madeira foi revisada por decisão do STF.
Salles a boiada estourou a onde estão os bois o povo que saber, esse papo de que nada aconteceu é papo furado o povo brasileiro na sua maioria absoluta têm conhecimento dos crimes contra o Meio Ambiente e os povos indígenas isto é fato, a política adotada pelo Bolsonaro e cumprida por você integralmente somente favorece aos grileiros, madeireiros, garimpeiros e a outros malfeitores, portanto, todos serão punidos com todo rigor da lei.