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As equipes de resgate em São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, encontraram na tarde da última terça-feira (21) três crianças vivas que estavam soterradas em um dos morros da cidade.
Uma dessas criança, é um menino de 3 anos que sobreviveu após sua casa ter sido atingida por um deslizamento de terra na Vila Sahy.
Segundo o voluntário Alessandro Conceição, que estava na equipe que realizou o resgate, o garoto estava debaixo de escombros e no colo da mãe, já falecida. O pai, também sem vida, estava ao lado. Outros dois filhos do casal que estavam na casa ainda estão desaparecidos.
“Eles morreram com o entulho por cima, mas a criança conseguiu ficar de lado. Precisamos de 15 pessoas para fazer o resgate”, contou. Ele disse que ouviu o menino gritando por socorro. Segundo os socorristas, o menino está muito assustado e ainda não está consciente do que aconteceu.
Já são 48 o número de mortos após o temporal recorde que atingiu a região e 38 desaparecidos. Centenas estão desabrigados. Os trabalhos de busca e de restabelecimento dos serviços básicos como energia elétrica, sistema de tratamento de água não têm data para acabar.
Cerca de 600 homens trabalham, revezando-se em turnos e todos com poucas horas de sono. “É uma operação coordenada nas três esferas de poder, União, estado e município, com responsabilidade e agilidade, e muita vontade de fazer dar certo. Não tem ninguém encostado”, contou o prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto.
SEM SIRENES
O diretor do Centro de Gerenciamento de Emergências da Defesa Civil de São Paulo, Matheus Roncatto, afirmou nesta terça-feira (21) que o estado não conta com sistema de sirenes para alertar a população em caso de emergências climáticas, como a que atingiu o litoral norte no último final de semana
“Nós não temos, pelo menos falando no estado de São Paulo, uma área que seja coberta por essas sirenes”, disse Roncatto
O representante da Defesa Civil contou que, em vez de sirenes, 177 cidades do estado contam com “planos preventivos” da Defesa Civil. “Nós temos pluviômetros automáticos, que são aparelhos que medem a chuva em tempo real. A partir do momento em que recebemos essa informação de previsão e de chuva em tempo real, nós emitimos os alertas [via mensagem de texto], encaminhamos para os municípios e os agentes municipais fazem as vistorias nas áreas de risco”, explicou.
A partir das vistorias, afirmou Roncatto, conforme são identificadas as necessidades de interdição das moradias, as pessoas são removidas preventivamente de suas residências e encaminhadas para abrigos mobilizados pelas prefeituras ou pelos órgãos municipais de proteção e defesa civil.
“Muitos lembram da Defesa Civil somente nas ações e resposta ou reconstrução, mas nós temos um trabalho muito forte, e diria até prioritário, nas questões de prevenção e preparação”, apontou.
Matheus também afirmou que a Defesa Civil estadual oferece treinamento aos agentes municipais de proteção e defesa civil, mapeamento de risco e previsão meteorológica: “Nosso foco principal é atuar na prevenção. Uma vez que aconteça o desastre, uma vez que tenhamos a tragédia, obviamente toda equipe vai a campo, as ações de resposta, de restabelecimento, de recuperação também são efetivas”.