Estudo da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco Nacional), divulgado na terça-feira (11), mostra que se a tabela do Imposto de Renda fosse corrigida integralmente, mais 16,5 milhões de pessoas seriam isentas do tributo em 2023, chegando a um total de 24.535 milhões.
Na campanha de 2018, Bolsonaro prometeu revisar a tabela do IR, mas, nos quatro anos de governo, nada fez. De acordo com o relatório da Unafisco, somente no período da gestão Bolsonaro, entre 2019 e 2022, a defasagem é de 30,9%. Segundo o estudo, se fosse feita a correção apenas desse período a faixa de isenção aumentaria para as pessoas que ganham até R$ 2.467,25 por mês, chegando a 13,5 milhões (5,5 milhões de brasileiros a mais).
De 1996 até hoje, a defasagem da tabela do IR chega a 146,6% para o exercício de 2023 [atualizada para 144,12%]. O cálculo foi feito com base no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado de 1996 a agosto deste ano e considera os ajustes ocorridos na tabela ao longo deste período.
Para o presidente da Unafisco Nacional, Mauro Silva, a defasagem da tabela do Imposto de Renda representa injustiça social, já que “está se tirando da classe média para sustentar o que os mais ricos não estão pagando de imposto”.
Segundo o relatório da Unafisco, a redução na arrecadação do IRPF para a União, estado e municípios, em razão da correção da tabela (integral ou parcial), pode ser atenuada com a adoção de outras medidas, como a eliminação de benefícios fiscais ineficientes.