Delegação de nove ministérios e da vice-presidência vai a feira de negócios nos Emirados Árabes classificada pelo secretário de Pesca como “top demais” e “trabalho-passeio”
Final de festa. Aí vale “meter o pé na jaca”. É isso que parece o governo do presidente Jair Bolsonaro. Enquanto nessas paragens o povo brasileiro se ferra com a inflação, carestia, fome, desempregado e todas as mazelas sociais turbinadas pela pandemia, uma turma do governo viaja às custas do dinheiro público.
A viagem de integrantes do governo a Dubai para promover o turismo no Brasil já foi definida pelo secretário de Pesca, Jorge Seif, como “trabalho-passeio”, “top demais”, tamanho foi o deslumbre dele com a cidade dos Emirados Árabes. Mas ele não é o único que vai desfrutar das benesses do lugar, que promove megaevento de negócios ligados a tecnologia e turismo.
O Executivo federal autorizou o envio de delegação de 69 pessoas para feiras e exposições entre setembro e outubro e deve desembolsar no mínimo R$ 3,6 milhões na cidade, segundo levantamento de O Globo. Até o momento, gastou R$ 1,17 milhão entre passagens aéreas e diárias para membros de nove ministérios e da Vice-Presidência, segundo dados do Painel de Viagens, mantido pelo Ministério da Economia.
GASTOS NABABESCOS COM DINHEIRO PÚBLICO
O gasto em diárias deve ser ainda maior, mas ainda não aparece nos portais de Transparência e a estimativa total não foi informada pelos ministérios, procurados pelo diário carioca. A legislação prevê diária que varia entre US$ 300 e US$ 350 para viagem aos Emirados Árabes. Com o câmbio atual, é um gasto de R$ 1.652 a R$ 1.927 por dia por pessoa.
A comitiva — cuja quantidade de pessoas chegou a ser questionada internamente pela área técnica de alguns ministérios, segundo apurou O Globo — participa da Expo Dubai 2020 (adiada devido à pandemia) ou de eventos relacionados.
Para a Assembleia Geral da ONU em setembro, por exemplo, foram enviadas cerca de 45 pessoas a Nova Iorque. O valor total das viagens à cidade ficou em R$ 1,1 milhão — diferentemente da excursão a Dubai, essa soma já inclui a maioria dos gastos em diárias.
SEM LICITAÇÃO
A Embratur (Empresa Brasileira de Turismo) contratou gastos em divulgação nos Emirados: R$ 922 mil com material promocional; R$ 50 mil com réplica do Cristo Redentor; R$ 380 mil com apresentações de “cunho artístico”; e R$ 2,3 milhões com a montagem da exposição, conforme o Diário Oficial da União.
O Brasil montou pavilhão cujo tema é a floresta amazônica. O contrato da mostra pela Embratur foi sem licitação.
O Ministério do Turismo disse ao jornal carioca, que a Expo Dubai (que vai até março de 2022) é o “maior evento do mundo sobre países”, e que serve como espaço para reuniões com “empresários e potenciais investidores”.
PERDULÁRIOS, COM DINHEIRO ALHEIO
Além do titular da pasta, Gilson Machado, e de Seif, que postou vídeo na praia fazendo piada com tubarão — o “animal predileto” dele —, esteve por lá o vice-presidente Hamilton Mourão, que ministrou palestra sobre sustentabilidade.
Este mês, vai ser a vez de o MCTI (Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovações) enviar delegação de ao menos 24 pessoas, além do próprio ministro Marcos Pontes.
Outros ministérios enviaram ou vão mandar delegações de até quatro pessoas: Comunicações, Economia, Meio Ambiente, Minas e Energia, Turismo, Agricultura, Infraestrutura e Secretaria-Geral da Presidência.
A pasta de Meio Ambiente informou que as duas secretárias enviadas a Dubai participaram da Semana de Mudança do Clima e Biodiversidade.
A Embratur e o MCTI não responderam, assim como as pastas de Comunicações, Economia, Minas e Energia e Secretaria-Geral. A Agricultura informou que Seif apresentou balanço para a iniciativa privada em que destaca a urgência de se explorar novos mercados, já que o Brasil não exporta pescado para a Comunidade Europeia desde 2017.
M. V.
Vamos ver sai materia da super comitiva do Lula pra Dubai esse ano….kkkkk
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