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Documento com a exigência dos parlamentares foi divulgado no dia seguinte ao massacre de palestinos que aguardavam por alimentos no norte de Gaza
200 parlamentares de 13 países exigiram em declaração conjunta divulgada na sexta-feira (1º de março) um “embargo de armas a Israel” para deter o genocídio, apontando-o como uma “necessidade moral” e uma “exigência legal”, dada a decisão provisória da Corte de Haia aceitando o processo contra Israel por genocídio e incitação ao genocídio.
“Sabemos que armas letais e suas partes, fabricadas ou enviadas através de nossos países, atualmente ajudam o ataque israelense à Palestina que já custou mais de 30.000 vidas em Gaza e na Cisjordânia”, denuncia o comunicado.
A declaração foi divulgada em meio à indignação e horror no mundo inteiro com o que foi apelidado de “massacre da farinha” no norte de Gaza, na véspera, em que disparos das tropas israelenses contra um comboio de ajuda e uma multidão de famintos no norte do enclave palestino causou 115 mortos e quase 800 feridos.
Assinam a declaração, coordenada pela Internacional Progressista, legisladores dos principais fornecedores de armas a Israel, incluindo Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, França e Canadá, que se comprometeram em fazer tudo o que estiver ao seu alcance para interromper o fluxo de armas que estão sendo usadas para massacrar palestinos em Gaza.
“Não seremos cúmplices da grave violação do direito internacional por parte de Israel”, reiterou o comunicado. “A CIJ ordenou a Israel que não matasse, prejudicasse ou ‘infligisse deliberadamente às condições de vida [dos palestinos] calculadas para provocar (…) destruição física”, mas Israel se recusa.
O comunicado também repeliu o “ataque planejado a Rafah por Israel”, citando que, conforme o secretário-geral da ONU, Guterres, irá “aumentar exponencialmente o que já é um pesadelo humanitário”.
Assinam o documento parlamentares da Austrália, Bélgica, Brasil, Canadá, França, Alemanha, Irlanda, Países Baixos, Portugal, Espanha, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos. O manifesto foi articulado pelo ex-líder trabalhista inglês Jeremy Corbyn.
Um dia após o “massacre da farinha” e depois de vetar no Conselho de Segurança da ONU uma condenação a Israel, o presidente Biden anunciou planos de lançar pelo ar suprimentos aos palestinos, enquanto o cerco e intervenção militar de Israel obstruem a assistência humanitária e forçam a fome em Gaza.
“Inacreditável”, escreveu Agnes Callamard, secretária-geral da Anistia Internacional, após o anúncio de Biden. “Há um sério risco de genocídio e, em resposta, os EUA estão propondo o lançamento aéreo de suprimentos, enquanto continuam a armar o perpetrador.”