![](https://horadopovo.com.br/wp-content/uploads/2024/06/120-mil-manifestantes-lotaram-o-centro-de-Tel-Aviv-exigindo-a-saida-de-Netanyahu-AFP.jpg)
Multidões tomaram as ruas de Tel Aviv, Haifa, Jerusalém, Beer Sheva, Cesarea, entre outras cidades, para exigir o imediato cessar-fogo e acordo entre Israel e Hamas pela troca de prisioneiros israelenses por palestinos.
Os manifestantes que acusam governo de Netanyahu de “tirano e corrupto” entraram em choque a cavalaria de polícia em Tel Aviv.
Pouco antes da manifestação, familiares de presos israelenses retidos na Faixa de Gaza deram entrevista coletiva dizendo que a posição de Biden urgindo ao Hamas e Israel um acordo traz “um fio de esperança”.
Einav Zangauker, que tem o filho, Matan, detido em Gaza, denunciou a sabotagem de Netanyahu ao acordo.
De fato, logo após a declaração de Biden dizendo ter em mãos uma proposta israelense de três fases para um cessar-fogo prolongado, Netanyahu se apressou a dizer que “não haverá fim da guerra sem a destruição do Hamas”, uma declaração que obviamente barra qualquer entendimento ou mesmo sabota a continuidade das negociações.
No mesmo sentido, os fanáticos Smotrich e Gvir, que integram a gangue (termo aplicado ao atual governo israelense pela primeira vez pelo jornal israelense Haaretz) no poder em Israel, ameaçam deixar o governo e fazer com que suas bancadas joguem para afastar Netanyahu se este fechar acordo.
Biden achou por bem aumentar a pressão por um acordo depois dos campi dos EUA se sublevarem contra o genocídio que Israel perpetra em Gaza e manifestações nas convenções democratas colocarem em sério risco suas parcas chances de reeleição. Nos protestos por todo o país, manifestantes denunciam que Biden é cúmplice das tropas de Netanyahu ao seguir enviando armas em profusão para facilitar o massacre pelas bombas e pela fome de dezenas de milhares de palestinos.
No manifesto das famílias dos detidos em Gaza elas se comprometem a lançar uma “operação de emergência” com manifestações diante das residências de ministros e parlamentares exigindo a implementação do acordo e a libertação de seus familiares.
Shaul Meridor, que já dirigiu o departamento de orçamento do Ministério das Finanças de Israel, falou no ato em Tel Aviv para alertar que o país está se exaurindo neste confronto prolongado. “Estamos diante de um governo que só tem uma diretriz: a sobrevivência política de Netanyahu e de seu governo de extremistas messiânicos”.
“Eles agem como se tudo lhes fosse permitido. Eu vim aqui para lembrar a eles e a vocês todos: nós nunca vamos nos acostumar a uma guerra sem fim e a esta falta de visão e esperança. Isso aqui precisa ser melhor e para que isso aconteça vamos mandar este governo para casa”, acrescentou Meridor.
Em Haifa, milhares de manifestantes se concentraram no centro da cidade, no ato que teve a participação do professor especialista em legislação internacional, Itamar Mann, que destacou ser “impossível parar o tsunami legal contra Israel enquanto este governo estiver no poder”.
Mann declarou que “a ausência de lei que cerca o planejamento de uma guerra sem fim à vista e que não tem mais objetivos claros nem convincentes levará a investigações criminais contra os participantes deste governo”, acrescentou.
“Faremos de tudo para pôr abaixo este governo e esperamos levar a julgamento os que cometeram crimes não só contra os cidadãos de Gaza, mas também contra nós, cidadãos de Israel”, finalizou Mann.
Cerca de 2.000 pessoas demonstraram seu repúdio perto da casa de Netanyahu em Cesarea e outros 1.500 fecharam o cruzamento de Karkur no norte de Israel.