SIDNEI SCHNEIDER
Vírus não é exatamente ser vivo, mas estrutura inerte, quase cristal. Só vivifica quando consegue se instalar na célula de outro ser e ali replicar seu DNA. Pode causar danos terríveis, como os que temos visto.
Já Bolsonaro, ser humano em termos biológicos, não age exatamente como líder de seres humanos, com doses de sensibilidade e sabedoria, preocupado com os que deveria liderar.
Os danos que causa são os do vírus que deixou à solta, de modo irresponsável, e muitos outros mais. Se deixar, ele diminui os salários, aumenta o desemprego, derruba o que resta da economia, conduz a saques por fome, convulsiona a nação, liquida a saúde e até a vida dos brasileiros, enquanto atende o setor financeiro e entrega sorridente o país aos norte-americanos, junto com Guedes.
E, tudo isso, durante uma crise tendente a insuportável, em que deveria envidar esforços e vultosos recursos para o povo brasileiro sobreviver a ela.
Portanto, ele é ainda pior que o vírus.
Felizmente, Bolsonaro só existe se deixarmos que ele se instale dentro de nós, para que possa replicar seu maligno DNA. O que, ele já percebeu, está se tornando muitíssimo mais difícil, a imunidade avançou.
Ao invés de voltar à razão, se é que algum dia a exerceu, isso o está deixando cada vez mais louco. A insanidade é tal, que em vez de cumprir o seu papel, ataca quem está fazendo alguma coisa para combater a epidemia. O resultado é seu crescente e gigantesco isolamento.
Para liquidar o vírus que nos ameaça, precisamos afastar quem impede ou dificulta o seu combate e é ainda pior que o vírus.
Só tem um jeito: o Brasil fortemente unido, gente de todos os setores e credos, em defesa da vida e da democracia, retomar nas mãos o seu destino. Vencer a dupla ameaça, Bolsonaro e o vírus. A insanidade não pode mais nos governar.
Interdição já a quem não tem as condições psicológicas mínimas para dirigir o país.
Sidnei Schneider é poeta e escritor. Autor de diversos livros, entre eles “De Rua e Sangas” (Umespa) e “Andorinhas e Outros Enganos” (Dahmer, 2012)