O Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu 1,1% em 2018, informou na manhã desta quinta-feira (28) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado, além de muito distante das previsões do começo do ano (cerca de 3% de crescimento), repetiu o PIB já não muito animador de 2017 (quando a economia cresceu 1%).
Isso mostra que a economia, ao invés de ter engatado no propagandeado ritmo de “recuperação”, continua se debatendo no limbo da crise. Em valores correntes, o PIB que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país no ano foi de R$ 6,8 trilhões.
Segundo o IBGE, no último trimestre do ano a variação de crescimento foi de apenas 0,1% em relação ao trimestre anterior.
O resultado do ano passado coloca a economia do país no mesmo patamar que apresentava no primeiro semestre de 2012, ou seja, de seis anos atrás. A gerente de Contas Trimestrais do IBGE, Claudia Dionísio, enfatizou que o país segue abaixo do nível pré-recessão e que, em valores correntes, o PIB se encontra 5,1% abaixo do pico registrado em 2014.
Composição
Na composição do PIB, a indústria – depois de quatro anos de queda – teve pequena variação de 0,6% em 2018. Apesar de ser um dos mais importantes fatores de crescimento e desenvolvimento da economia, a participação da indústria no PIB tem perdido espaço e, em 2018, caiu para 11,8% – o menor resultado desde os anos 1950.
O resultado do setor dos serviços, que hoje representa mais de 70% da composição do PIB, também justifica o resultado fraco da economia em 2018, com crescimento de apenas 1,3%. De acordo com dados também do IBGE, o setor, em volume de prestação, recuou 0,1% no ano passado – sendo esse o quarto ano consecutivo de resultados negativos. Desde 2015, o setor encolheu 11,1%.
Outro destaque negativo foi o resultado da construção civil, de queda de -2,5 – a quinta anual seguida.
Resultados:
Indústria: 0,6%
Serviços: 1,3%
Construção: -2,5%
Agropecuária: 0,1%
Consumo das famílias: 1,9%
Consumo do governo: 0%
Investimentos: 4,1%
Exportação: 4,1%
Importação: 8,5%
2019
Na esteira dos resultados de 2018 e dos primeiros números da economia em 2019, analistas econômicos e o mercado financeiro já começam a revisar para baixo também as expectativas de crescimento em 2019. Soma-se a isso o desemprego em níveis históricos e as promessas de uma política econômica recessiva e ultraneoliberal do governo Bolsonaro e Guedes.
No último trimestre móvel – de novembro a janeiro – pesquisa do IBGE apontou aumento da taxa de desocupação para 12,0%, passando para 12,7 milhões de trabalhadores sem emprego.
A coordenadora do Boletim Macro, do Ibre-FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas) afirma que a versão mais recente do relatório aponta para uma projeção de crescimento de 2,1%, quando, no mês passado, era de 2,3%.
PRISCILA CASALE