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Segundo nota do Centro de Comunicação Social do Exército, ex-ministro da Saúde não cometeu “transgressão disciplinar”
O comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, anunciou que não irá punir o general e ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, por ter participado de manifestação com Bolsonaro e disse que entende que não foram transgredidas as normas do Estatuto das Forças Armadas e do Regulamento Disciplinar do Exército.
“O Comandante do Exército analisou e acolheu os argumentos apresentados por escrito e sustentados oralmente pelo referido oficial-general”, diz em nota.
“Desta forma, não restou caracterizada a prática de transgressão disciplinar por parte do general Pazuello. Em consequência, arquivou-se o procedimento administrativo que havia sido instaurado”, informou através de nota.
Em resumo, a nota acatou a alegação de Pazuello de que não participou de ato político, ao subir em um palanque, formado por um trio elétrico, em apoio à reeleição de Bolsonaro – inclusive tendo discursado no evento (v. HP 28/05/2021, Bolsonaro e Pazuello zombam do Exército com argumento que comício no Rio não foi político).
Essa declaração de Pazuello foi considerada, por muitos oficiais-generais, um escárnio à instituição militar. Realmente, alegar que um comício político, abertamente pela reeleição de Bolsonaro, não é uma manifestação política, é, mais que uma mentira, um deboche.
A questão é que o Estatuto das Forças Armadas e o Regulamento Disciplinar do Exército proíbem a participação de militares da ativa em manifestações de natureza político-partidária (v. HP 28/05/2021, Deboche ao Exército agrava situação de Pazuello).
Porém, Bolsonaro passou por cima disso, colocou Pazuello no palanque, e, depois que o Exército instalou procedimento disciplinar, o nomeou, na terça-feira (1), secretário de Estudos Estratégicos, dentro da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (v. HP 01/06/2021, Bolsonaro nomeia Pazuello para Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência depois dele afrontar o Exército).
Bolsonaro, como presidente da República, tem o título de comandante em chefe das Forças Armadas. Mas jamais um comandante em chefe se fixou tanto em desrespeitar as Forças Armadas, em especial ao Exército, força da qual foi obrigado a sair, pelos gravíssimos atos de indisciplina que cometeu (v. HP 16/08/2018, Terrorismo de baixa potência).
Leia a íntegra da nota divulgada pelo Exército:
Acerca da participação do General de Divisão EDUARDO PAZUELLO em evento realizado na Cidade do Rio de Janeiro, no dia 23 de maio de 2021, o Centro de Comunicação Social do Exército informa que o Comandante do Exército analisou e acolheu os argumentos apresentados por escrito e sustentados oralmente pelo referido oficial-general.
Desta forma, não restou caracterizada a prática de transgressão disciplinar por parte do General PAZUELLO.
Em consequência, arquivou-se o procedimento administrativo que havia sido instaurado.
Brasília-DF, 3 de junho de 2021
CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO
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