O bolsonarista perdeu o pai para a Covid em março do ano passado e é autor de projeto de lei que pretende suspender a decisão da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) que autorizou a vacinação de crianças
O deputado federal Diego Garcia (Podemos-PR) afirmou em “live” que prefere perder o mandato e morrer a ter os filhos vacinados contra a covid-19.
As declarações foram feitas durante transmissão ao vivo na plataforma do YouTube, no último dia 28, em que outros parlamentares e médicos discutiam aspectos jurídicos, políticos e médicos da vacinação de crianças de 5 a 11 anos.
Essa é a polêmica do momento dessa “era bolsonarista”, que deverá entrar para a história brasileira como a “era da regressão” ou “era da ignorância”.
O deputado do Podemos é casado e pai de três filhos. Ele contraiu o vírus e o pai morreu de covid em março de 2021.
SABUJICE E IGNORÂNCIA
O deputado bolsonarista, na verdade, quer agradar ao chefe maior, o presidente da República, com esse tipo de estultice.
“Meus filhos não serão vacinados”, disse. “Eu já falei para o secretário de Saúde aqui de Londrina. Só passando por cima do meu cadáver vai vacinar os meus filhos. Vão ter que me matar. Vão ter que tirar a minha vida”, acrescentou.
“Eu estou disposto a perder o meu mandato, mas ninguém vai impor a vacinação desse experimento junto dos meus filhos. Em hipótese alguma”, disse o deputado bolsonarista.
Ele é um dos autores de projeto de lei que pretende suspender a decisão da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) que autorizou a vacinação de crianças.
O parlamentar é defensor do chamado “tratamento precoce” com medicamentos sem eficácia comprovada contra a covid-19.
“Vão colocar as nossas crianças como gado destinado ao matadouro. Vão colocar as nossas crianças todas enfileiradas e não vão dar sequer aos pais orientação de quando eles vão poder notificar eventuais reações adversas”, alegou o deputado.
Ele prometeu ainda “fazer tudo o que for possível para que não aconteça esse massacre de inocentes em todo o território nacional”.
AUTORIZAÇÃO DA ANVISA
A vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a covid-19 foi autorizada Anvisa no último dia 16 de dezembro. A imunização de crianças nesta faixa estaria com a vacina da Pfizer segue sem data para começar.
O governo de Jair Bolsonaro (PL) não adiantou a compra dos imunizantes específicos para essa faixa etária e nem iniciou as negociações com a farmacêutica. E vem dando indícios que deve protelar a decisão o máximo possível.
A COVID EM CRIANÇAS
Segundo os técnicos, a vacina da Pfizer apresentou eficácia superior a 90% em crianças na faixa etária de 5 a 11 anos, com apenas 1/3 da dose utilizada em adultos.
Os dados são relativos à imunização de 2.268 crianças que receberam duas doses da vacina ou placebo, com três semanas de intervalo. Como a formulação é diferente, deverá ser elaborada orientação específica para a vacinação de crianças e a Pfizer vai produzir embalagens diferentes das que identificam o imunizante utilizado em adultos.
As sociedades brasileiras de Infectologia, de Imunologia, de Pediatria, de Imunizações e de Pneumologia e Tisiologia apresentaram pareceres técnicos apoiando a aprovação.
VACINAÇÃO É SEGURA
A epidemiologista e professora titular da Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo), Ethel Maciel, destaca que a vacinação das crianças é fundamental para o controle da pandemia e para garantir volta às aulas segura em 2022.
“Nós sabemos que a educação sofreu impactos grandes e ter nesse momento a aprovação para que essa faixa etária também seja incluída nos grupos prioritários da vacinação é muito importante para ampliar a cobertura vacinal e auxiliar o País a conseguir uma diminuição da transmissão [do vírus]”, pontuou.
“As crianças, mesmo tendo quadro da doença menos grave — ainda que o Brasil tenha tido muitas mortes pela covid —, alimentam essa cadeia de transmissão e infectam outras crianças, adultos, adolescentes, a sua família e isso vai mantendo o vírus circulando.”
Ela destacou ainda que a vacinação de milhões de crianças nos Estados Unidos comprova que o imunizante é seguro. E reforça que a vacinação nesse grupo provocou menos casos de reações adversas do que os registrados em adultos. “São mais de 5 milhões de crianças que já receberam a vacina sem efeitos adversos graves”, frisou.
A virologista Clarissa Damaso, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), alertou que os não vacinados impedem que a pandemia termine e permitem que o coronavírus produza novas variantes.
Para ela, as crianças precisam urgente de atenção. “Elas são depósitos de vírus e vão sacrificar a todos nós. A conta do prolongamento da pandemia, do sofrimento das crianças, dos danos à economia é de quem não se vacina e de quem tenta prejudicar a vacinação”, disse em entrevista ao O Globo.
“Quantas crianças precisarão sofrer e morrer para que o ministro da Saúde ache necessário protegê-las?”, questionou a médica.
“É preciso que a população saiba que a Ômicron vai encontrar e se espalhar nas crianças não vacinadas. E muitas delas poderão adoecer e ter seqüelas”, advertiu.
então que a covid19 carregue esse monte de m…da e livre o Brasil de mais um genocida.