O ex-deputado e ex-ministro do Trabalho, Brizola Neto, pré-candidato a prefeito do Rio de Janeiro pelo PCdoB, afirmou em suas redes sociais na terça-feira (24), não acreditar que houve “engano” na Medida Provisória 927 assinada pelo presidente Jair Bolsonaro na noite de domingo (22).
“É impossível acreditar no erro alegado por Guedes. Não são poucos os assessores, jurídicos, econômicos e políticos que levaram e releram esta MP antes”, disse.
“A verdade é que falta responsabilidade social, responsabilidade com o povo, na turma que tanto defende a responsabilidade fiscal!”, acrescentou Brizola Neto.
Outras medidas embutidas, tanto na primeira MP (927), quanto na MP 928, editada na segunda-feira (23), há artigos com objetivos bem anti-sociais. Como aquele que retira da condição de acidente de trabalho a contaminação de trabalhadores pelo coronavírus, o que derruba a CLT, ou o que restringe acesso público aos dados do governo durante a epidemia.
“Francamente, não duvido que Bolsonaro tenha assinado a MP sem ler, e se leu provavelmente não conseguiu entender do que se tratava porque não é novidade nenhuma que temos um inepto irresponsável a nós governar”, avaliou Brizola Neto.
Que Bolsonaro não tenha lido ou não tenha entendido nada é bem possível, mas Guedes, com certeza, não só leu como dever ter sido quem elaborou o texto.
No Estadão desta terça-feira (24), Bolsonaro diz que confiou na equipe de Guedes e assinou sem ler MP 927, que suspendia o pagamento dos salários para milhões de trabalhadores brasileiros.
“O relato foi feito por assessores do Planalto que tentavam apagar mais um incêndio provocado pelo Presidente em plena crise sanitária”, observou Brizola.
“Guedes afirma em entrevista ao mesmo jornal, que artigo que previa a suspensão dos contratos sem pagamento dos salários que foi ‘um erro de redação'”, prosseguiu. De erro em erro, a figura de Jair Bolsonaro, que já era pequena, vai se desfazendo cada vez mais aos olhos da nação.