Para o militar “não há clima para rupturas institucionais”. “Não acredito que irá acontecer”, apontou o militar da reserva
O general de Exército Paulo Chagas, ex-candidato ao governo do Distrito Federal, afirmou na segunda-feira (23), em entrevista ao Correio Braziliense, que não vê condições para tumultos e golpes de Estado. Para ele “há muita bravata e discurso inflamado na redes sociais por parte dos apoiadores do presidente da República”.
Na opinião do general, “a melhor solução contra a crise institucional fomentada por Bolsonaro é o diálogo”. “E se ninguém fizer isso, penso que as instituições mais vocacionadas para mediar conflitos são as Forças Armadas. É como se elas fossem o lado fiel da balança”, explicou.
Paulo Chagas chamou a gritaria dos bolsonaristas de “latido de cão”. “É pior o silêncio do lobo do que o latido do cão”, comparou Chagas. Por latido do cão, entenda-se a gritaria por conta das recentes decisões do ministro Alexandre de Moraes, que alcançara, o presidente do PTB, Roberto Jefferson, o cantor sertanejo Sérgio Reis e outros que vinham propondo gestos extremos contra o Congresso e STF. “Não acredito que irá acontecer”, apostou o militar da reserva.
Segundo o general, os militares devem ser imparciais, razão pela qual não devem tomar partido nas brigas da República. Ele se mostrou contrário às politização da caserna, tal como Bolsonaro vem forçando. E criticou a postura do ministro da Defesa, Walter Braga Netto. “Embora não seja um político, está exercendo a função politicamente. Isso não é bom. Até porque dá a impressão de que ele (Braga Netto) tem poder de mobilizar o emprego das Forças Armadas para fins políticos, como deseja o presidente”.
O general afirmou que não apoiará Bolsonaro em 2022 e buscará uma terceira via, segundo ele, pelas razões expostas acima. “Embora eu não saiba dizer quem é a terceira via — o que será apontado pelas circunstâncias —, acho que todos que desejam o bem do Brasil precisam acreditar em um terceiro nome entre (o ex-presidente Luiz Inácio da Silva) Lula e Bolsonaro”, disse.