O governo de São Paulo antecipou para a próxima sexta-feira (11) a vacinação contra a Covid-19 de todos os profissionais com 18 anos ou mais que atuam na educação básica pública e privada do estado.
O anúncio foi feito pelo governador João Dória, na manhã desta quarta (9), durante evento com o secretário estadual de Educação, Rossieli Soares, no Memorial da América Latina. A imunização para esse grupo estava prevista para acontecer entre os dias 21 e 31 de julho em todo o estado.
“Nós vamos antecipar a vacinação para 363 mil profissionais da educação básica de 18 a 44 anos para esta sexta-feira, 11 de junho. Nós teremos 100% dos profissionais da educação básica imunizados em São Paulo, isso garante uma volta às aulas presenciais cada vez mais segura”, afirmou Dória.
Acordo
Na capital paulista, os professores da rede municipal de ensino, que estavam em greve desde o último dia 10 de fevereiro, decidiram na noite desta segunda-feira (7), suspender a paralisação que já durava 117 dias na cidade de São Paulo.
A categoria aceitou a proposta da Prefeitura e retornará às atividades presenciais, atualmente limitada a 35% de ocupação nas escolas por conta da pandemia.
De acordo com o Sindicato dos Profissionais em Educação do Ensino Municipal (Sinpeem), a greve se deu pela garantia de condições sanitárias para retomada das atividades presenciais e manutenção do trabalho remoto enquanto a categoria não fosse vacinada.
A reivindicação pela inclusão dos profissionais da Educação na lista de prioridades da vacinação também foi pauta dos estudantes paulistas, representados pela União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (UMES).
Para Lucca Gidra, diretor da UMES, a medida “é uma grande vitória. Porque sabemos que a vacina é a única solução viável para que possamos ter segurança, na educação, e no conjunto da sociedade. Já vínhamos com medidas de prevenção dentro das escolas, mas a vacinação vem como uma medida efetiva de segurança aos professores, alunos e toda a comunidade escolar”.
Em relação à reivindicação pela vacinação, a Prefeitura se comprometeu a negociar com o Estado a nova data, e que acabou sendo anunciada nesta quarta-feira.
O acordo entre os professores e a Prefeitura estabelece ainda a recomposição salarial dos dias parados, inicialmente descontados dos professores. Assim, 50% do valor descontado será imediatamente reposto e os outros 50% após reposição das aulas, além de retirar as faltas do prontuário e não punir os grevistas.
“Também conseguimos assegurar que a Secretaria Municipal de Educação, através de ata de registro de preço, compre mais EPI (equipamentos de proteção individual) e mais testes RT-PCR e de saliva, para ter uma rotina de testagem até para os assintomáticos”, afirmou o presidente do Sinpeem, e ex-vereador de São Paulo, o professor Cláudio Fonseca Fonseca.
De acordo com o presidente do Sinpeem, cerca de 30 mil dos 80 mil profissionais de educação já foram imunizados na cidade e considerou importante a antecipação do calendário de vacinação.
“Depois de uma longa greve, pressão, negociação e apelos que fizemos pessoalmente ao governador e ao prefeito, conquistamos a vacinação. A partir de sexta-feira, 11 de junho, todos os profissionais de educação básica poderão ser imunizados”, disse o Cláudio Fonseca em suas redes sociais.